Eu os envio Para Ensinar

Eu os envio para ensinar

“... Assim como o Pai me enviou, eu os envio” (João 20:21). Jesus era Mestre por excelência. Desde criança já se destacava na Sua habilidade de reflexão e entendimento - “Depois de três dias o encontraram no templo, sentado entre os mestres, ouvindo e fazendo-lhes perguntas. Todos os que o ouviam ficavam maravilhados com o seu entendimento e com as suas respostas” (Lucas 2:46-47).

O ensino de Jesus era diferente. Ele tinha autoridade divina. Quando terminou de pregar o Sermão do Monte, o texto diz: “... As multidões estavam maravilhadas com o seu ensino, porque ele ensinava como quem tem autoridade, e não como os mestres da lei” (Mateus 7:28-29). O que deixava as multidões maravilhadas era que Jesus não ensinava citando outros rabinos a fim de apoiar Seus ensinos, como faziam os escribas e mestres da lei. Estes não causavam nenhum impacto nos ouvintes, pois seu ensino era fundamentado na tradição oral legada através das gerações.

É claro que a autoridade de Jesus é única, no entanto, os Seus discípulos têm a mesma autoridade, dada por Ele por meio do Espírito Santo. Uma pessoa que transmite a palavra encarnada em si mesmo, em vez de apenas citar teorias e conhecimento, acaba por atrair as pessoas com a prática do seu ensino, assim como Jesus o fez.

 

Por que ensinar?

Jesus expressou o quanto as pessoas estão carentes de ensino e direção para as suas vidas - “Jesus ia passando por todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando as boas novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. Ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor. Então disse aos seus discípulos: A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos” (Mateus 9:35-37).

Ainda hoje, e muito mais, as multidões estão aflitas e desamparadas como ovelhas sem pastor. Toda ovelha precisa de pastor, porque elas não têm senso de direção. Esta é a razão pela qual hoje a prática do coaching está fazendo tanto sucesso. As pessoas estão perdidas e procuram direção para tudo, até para o que é mais básico. Criam-se cursos e mais cursos para ensinar o que cada um acha que é certo. Elas ignoram os princípios das Escrituras. Quem vai ensiná-las?

Filipe era veloz em obedecer a Deus. Quando um anjo do Senhor lhe disse: “Vá para o sul…”, “ele se levantou e partiu…” (Atos 8:26-27). No caminho encontrou um eunuco etíope que viajava de volta para casa em sua carruagem. Este estava lendo o livro do profeta Isaías, e o Espírito Santo mandou que Filipe se aproximasse. Então, Filipe correu para a carruagem e perguntou: “O senhor entende o que está lendo?” (v 30). O eunuco respondeu: “Como posso entender se alguém não me explicar?” (v 31). Aquele homem estava sem direção, precisava ouvir as boas novas, e Filipe se dispôs a anunciar (v 35). E o que Filipe ensinou não foi apenas uma interpretação do profeta Isaías, mas sobre a necessidade de obedecer, pois, logo em seguida, quando chegaram a um lugar onde havia água, o eunuco disse: “... Que me impede de ser batizado?” (v 36).

 

O verdadeiro ensino

Jesus ensinou os Seus discípulos durante três anos e depois disse: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos" (Mateus 28:19-20).

Note que Jesus não disse simplesmente ensinar o que Ele ordenou, mas ensinar a obedecer o que Ele ordenou! Só pode ensinar a obedecer quem anda em obediência. É muito mais do que informar, mas é formar. Fazer discípulos é fazer uma duplicata de outrem. Ser discipulado não é apenas aprender o que o mestre sabe, mas é chegar a ser como ele é. Por isso, todo mestre tem que ser também um discípulo de Jesus.

“A visão atual do significado de discipular permite brigar com esposa à mesa do café, e depois ir para a igreja pregar a respeito do amor no lar. Mas no método de fazer discípulos, não podemos agir assim. Os discípulos ficam mais tempo conosco; eles entram em nossa casa, vêem como é que nós vivemos e é deste modo que passam a imitar-nos” (O DISCÍPULO, Juan Carlos Ortiz, pág 117).

Paulo diz a Timóteo, seu filho na fé: “Mas você tem seguido de perto o meu ensino, a minha conduta, o meu propósito, a minha fé, a minha paciência, o meu amor, a minha perseverança… Permaneça nas coisas que aprendeu e das quais tem convicção, pois você sabe de quem aprendeu” (II Timóteo 3:10, 14). Este é o ensino bíblico.

Jesus disse: “As palavras que eu lhes disse são espírito e vida” (João 6:63). Ele é a palavra materializada, encarnada, que agora habita em nós e nos move. Portanto, assim como Jesus, somos a palavra encarnada e nosso ensino é vida para os que estão mortos espiritualmente. Jesus nos enviou para ensinar na perspectiva dEle, que é fazer discípulos.

O simples conhecimento só forma intelectuais da fé. Estes não têm autoridade, não inspiram, porque são frios e sem entusiasmo. A igreja não é apenas uma instituição religiosa para se estudar a Bíblia, mas é o movimento do Cristo vivo, cujas palavras são espírito e vida! As multidões ficam maravilhadas com esse ensino coerente.

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