Lucas 15:1-7
Publicado em 01/08/2025
Jesus é a exata expressão do Pai: “O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser…” (Hebreus 1:3). Ele é a encarnação do amor, porque Deus é amor (I João 4:8). O amor não discrimina, não exclui, não é soberbo nem arrogante. Jesus estava comendo com publicanos e pecadores. Publicanos eram os cobradores de impostos, especialmente detestados pelo povo por trabalharem em favor de Roma, o conquistador pagão. E os “pecadores” eram pessoas de má fama; o termo era comumente aplicado aos cobradores de impostos, adúlteros, assaltantes e outros.
Os fariseus e mestres da lei criticavam Jesus dizendo: “... Este homem recebe pecadores e come com eles” (v 2). Era um escândalo! Na Bíblia, comer juntos tinha um significado especial, muitas vezes relacionado à comunhão e à união entre as pessoas. Jesus frequentemente compartilhava refeições com pecadores e marginalizados, mostrando que todos são bem-vindos à mesa do Senhor.
Essa atitude de Jesus revela que Deus não rejeita o pecador, porquanto foi para este que Ele veio ao mundo. Foi o que Jesus afirmou quando enfrentou uma acusação semelhante em outra ocasião (Lucas 5:31-32). Ele rejeita o pecado, mas não o pecador. Não veio para condenar o mundo, mas para salvá-lo (João 3:17).
A iniciativa foi dEle
Ao sentar à mesa com pecadores Jesus expressa o amor universal de Deus. Ele não Se limitou ao relacionamento com as “boas” pessoas, mas Se aproximou dos que nada tinham em comum com Ele. Demonstrou ser exclusivo mas não exclusivista; diferente dos religiosos, que, cheios de justiça própria, discriminam, hostilizam, rejeitam!
Foi nesse contexto que Jesus contou a Parábola da Ovelha Perdida. É sobre a atitude de um pastor em relação às suas ovelhas: “Qual de vocês que, possuindo cem ovelhas, e perdendo uma, não… vai atrás da ovelha perdida..?” (v 4). A resposta é
ninguém! O pastor não quer perder nenhuma, pois não admite prejuízo. Não se conforma com o fato de ter ainda noventa e nove. Então, se um pastor humano não admite perder um de seus animais, quanto mais o Pastor espiritual, que é Jesus!
O nosso Pai celestial tomou a iniciativa ao enviar Jesus, o supremo Pastor. Na parábola Ele diz: “... Vai atrás da ovelha perdida…” (v 4). Jesus veio atrás de nós, a humanidade perdida. Há um decreto no mundo espiritual sobre sua vida: Procurado! Por quê? Simples, Ele não quer que nenhum se perca (Mateus 18:14). Deus provoca situações, circunstâncias, oportunidades, cenários, a fim de trazê-lo para a Sua mesa e partir o Pão com você. Ele é o verdadeiro alimento que sacia a fome existencial do coração humano (João 6:51).
Ele não desiste
Na sequência Jesus diz: “… Vai atrás da ovelha perdida até encontrá-la…” (v 4). Não é por pouco tempo, mas até… Deus não desiste de nós! Ele insiste, persevera, persiste em nos procurar. Alguns ficam até irritados porque, ao serem o tempo todo cercados por pessoas que anunciam a verdade do evangelho, não percebem que é a demonstração insistente de Deus em achá-las para lhes trazer à Sua mesa!
Mas depois que o pastor encontra a ovelha, ele coloca-a alegremente nos ombros e vai para a casa (vs 5-6). E, por que a coloca nos ombros? Porque estava perdida e machucada! O pecado machuca e destrói. Colocar nos ombros é expressão de carinho e afeto, exatamente o que Deus faz conosco. A vida sem Deus provoca feridas profundas em nossa alma. O mundo é marcado pelo egoísmo e rejeição. Quando nos afastamos do Pastor e Pai, caímos em armadilhas e nos ferimos. A orfandade nos deixou vulneráveis às artimanhas malignas, mas quando Jesus nos encontra, Ele nos coloca nos ombros e nos leva para casa, a Sua presença, o ambiente do Éden, lugar de delícias!
Mas não para por aí. Quando chega em casa, ele reparte a sua alegria: “... Ao chegar, reúne seus amigos e vizinhos…” (v 6). Jesus Se alegra com quem Se alegra com Ele. Quem são estes? Seus filhos, Sua igreja; ela tem o mesmo coração de Jesus. Quando uma ovelha é encontrada a Igreja faz festa, porque se alegra com seu Pastor Jesus: “... Haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam arrepender-se” (Lucas 15:7). E esta é a alegria completa, segundo Jesus (João 15:11).
Ele nos amou primeiro
Os justos a quem Jesus Se refere, que não precisavam de arrependimento, eram os fariseus e mestres da lei, os Seus críticos. Uma ironia, porque também precisavam, mas não sentiam necessidade de arrependimento, por conta do orgulho e da justiça própria.
João diz: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (I João 4:19). Sim, nós somos constrangidos pelo amor dEle, por isso amamos. Quando entendemos o que Ele fez por nós, é impossível não amá-Lo. Quando enxergamos o quanto somos pecadores, mais enxergamos o quanto Ele nos ama, porquanto nos perdoou; por isso mais O amamos. O movimento do Cristo é o movimento do amor. Ele deu o início, agora aqui estamos para continuá-lo, a fim de que ninguém se perca!