“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei” (Gálatas 5:22-23).
O fruto é a essência da árvore - “... Toda árvore boa dá frutos bons, mas a árvore ruim dá frutos ruins” (Mateus 7:17). Tudo se reproduz conforme a sua espécie. Quando uma pessoa experimenta a regeneração, ela se une ao Espírito de Deus (I Coríntios 6:17). Então, torna-se uma árvore que produz bons frutos.
O fruto do Espírito só pode ser produzido pelo Espírito, jamais pela natureza humana. Portanto, existem frutos falsos, que imitam o verdadeiro. Jesus falou sobre o joio, que cresce no meio do trigo. O joio é muito semelhante ao trigo e é difícil de distinguir. Quando se diz que algo é verdadeiro é porque tem um falso em circulação, e o falso é sempre muito parecido com o verdadeiro! Hoje em dia, por exemplo, as cópias de alguns produtos são tão bem falsificadas que é muito difícil diferenciá-las do original.
Assim também, existe a verdadeira alegria e a falsa. A falsa vem do mundo, a verdadeira vem do Espírito. Artifícios humanos, circunstâncias, substâncias, estímulos, coisas e pessoas também podem gerar alegria, porém, como tudo no mundo é efêmero, essa alegria também se esvai e a tristeza volta. O Espírito, no entanto, é eterno, por isso só Ele pode promover alegria duradoura.
Como nasce a verdadeira alegria
Por incrível que pareça, a verdadeira alegria tem origem na tristeza! Sim, numa tristeza saudável, legítima, construtiva. A Bíblia também fala de dois tipos de tristeza, a do mundo e a de Deus - “A tristeza segundo Deus não produz remorso, mas sim um arrependimento que leva à salvação, e a tristeza segundo o mundo produz morte” (II Coríntios 7:10). A tristeza do mundo é a tristeza pelo sofrimento, consequência da má escolha. Ela faz as pessoas lamberem suas feridas e gera sentimento de frustração, depressão, autocomiseração, depreciação... Não gera mudanças, mas afasta de Deus e produz morte. Por outro lado, a tristeza segundo Deus vem pela consciência de ter feito a escolha errada. Esta produz arrependimento, mudança de atitude, e promove salvação, cura do espírito, alma e corpo. A tristeza saudável provoca reação para a conversão!
Então, é a tristeza pelo arrependimento que produz verdadeira alegria. Tiago diz: “Entristeça-se, lamentem e chorem. Troquem o riso por lamento e a alegria por tristeza. Humilhem-se diante do Senhor, e ele os exaltará” (Tiago 4:9-10). O arrependimento produz salvação e a salvação produz alegria.
Quando o povo de Judá voltou do cativeiro na Babilônia, começou a reconstruir a cidade de Jerusalém e o templo. Neemias foi um líder que Deus usou para conduzir o povo e motivá-lo. Em certa ocasião, ele reuniu todo o povo na praça da cidade para que ouvissem a leitura das Escrituras. Enquanto ela ia sendo lida e explicada, o povo começou a reconhecer que o cativeiro foi consequência do pecado deles. Aquela consciência de erro provocou comoção e um senso de arrependimento generalizado e começaram a chorar muito. Então Neemias disse: “Este é dia consagrado ao Senhor, o nosso Deus. Nada de tristeza e de choro!… Não se entristeçam, porque a alegria do Senhor os fortalecerá… Então todo o povo saiu para… celebrar com grande alegria, pois agora compreendiam as palavras que lhes foram explicadas” (Neemias 8:9-10, 12). A legítima tristeza produz genuina alegria!
A alegria da salvação
Nada pode dar maior alegria a uma pessoa do que a consciência da salvação, do perdão dos pecados e da vida eterna. Ela transcende toda dor e aflição momentâneas que o mundo pode provocar. Isaías diz: “Nós nos alegraremos e cantaremos um hino de louvor por causa daquilo que o Senhor, nosso Deus fez. Ele nos vestiu com a roupa da salvação e com a capa da vitória. Somos como um noivo que põe o turbante de festa na cabeça, como uma noiva enfeitada com jóias” (Isaías 61:10 NTLH).
Só tem uma coisa que pode roubar essa alegria, o pecado. Davi perdeu a alegria da salvação porque pecou; então, em sua oração de confissão e arrependimento disse: “Não me expulses da tua presença, nem tires de mim o teu Santo Espírito. Devolve-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito pronto a obedecer” (Salmos 51:11-12). A tristeza de Davi pelo seu pecado lhe devolveu a alegria da salvação.
Quando uma pessoa descobre o Reino de Deus, ela recebe a alegria sobrenatural. Jesus contou essa parábola: “O Reino dos céus é como um tesouro escondido num campo. Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o de novo e, então, cheio de alegria, foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo” (Mateus 13:44). O que motivou a alegria do homem foi a descoberta de que o valor do tesouro era infinitamente maior do que tudo o que ele tinha. Ou seja, aquela renúncia não foi peso, não foi difícil nem sacrificial, pelo contrário, foi com muita alegria!
Esta é a equação do evangelho: A consciência (não a consequência) do erro produz tristeza e arrependimento; então Deus perdoa, exalta, salva, tira o peso da maldição, e a tristeza é substituída pela alegria da salvação. Esta alegria se multiplica na medida em que escolhas certas são feitas, que, por sua vez, produzem uma colheita de frutos bons!