Diga Sim a Bondade!

“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei” (Gálatas 5:22-23). 

Bondade é a qualidade de quem tem alma generosa, inclinada para fazer o bem. O dicionário define como: “A condição de ser bom; as qualidades morais que constituem a excelência cristã; benevolência; benignidade do coração; de forma mais geral, atos de bondade; humanidade exercitada” (Webster, 1828). 

A bondade é um dos atributos de Deus. Ele nos trata com bondade - “... O Senhor é fiel em todas as suas promessas e é bondoso em tudo o que faz” (Salmos 145:13); “Aleluia! Deem graças ao Senhor porque ele é bom; o seu amor dura para sempre” (Salmos 106:1). A bondade está no espírito daqueles que têm o Espírito de Deus.  

Se bondade é a inclinação para fazer o bem, então ela não se restringe à meras palavras. Todo coração bondoso é intencional na prática do bem. Somos salvos não por obras, mas para as boas obras (Efésios 2:8-10). Não é possível separar a fé das obras (Tiago 2:14-17). A verdadeira fé se traduz na prática do bem.  

Só quem entende a graça é que dá de graça (Mateus 10:8). Quando entendemos que nada merecíamos e que jamais poderíamos pagar por nossa salvação, nosso coração se torna doador. Antes éramos egoístas e autocentrados, agora somos graciosos; antes éramos prontos a receber, agora somos prontos a dar. João diz que não devemos amar apenas de boca, mas em ação e em verdade (I João 3:16-18). Este é, portanto, o forte sinal de que a natureza de Deus está em nós. 

Uma pessoa que não tem o Espírito tem o olhar voltado para ela mesma. Tudo o que ela faz, até mesmo coisas boas, é com segundas intenções: “o que eu posso ganhar com isso”. É uma consumidora, e não uma doadora - “A sanguessuga tem duas filhas, e as duas se chamam: Me dá! Me dá!” (Provérbios 30:15 - NTLH). Essa é a natureza de quem é governado pelo seu ego. Mas, quem renasce em Cristo inverte o seu interesse - “o que eu posso dar?”. 

 
 

O conhecimento de Deus 

Quando Jesus chamou Mateus para ser Seu discípulo, foi jantar na casa dele junto com seus amigos publicanos e “pecadores” (Mateus 9:9-13). Mateus era um coletor de impostos, considerado traidor do povo, excluído da sinagoga, pois trabalhava para Roma. O termo “pecadores” era usado para definir pessoas de má fama, como cobradores de impostos, adúlteros, assaltantes e outros. Diante da crítica dos fariseus (9:11), Jesus lhes deu uma palavra dura (9:13). Era uma referência à Oséias 6:6 - “Pois desejo misericórdia, não sacrifícios, e conhecimento de Deus em vez de holocaustos”. Os fariseus conheciam muito bem o texto, mas não sabiam o significado. “Vão aprender” implica em conhecer a Deus – “... Conhecimento de Deus em vez de holocaustos”. Conhecimento de Deus está no coração e não no intelecto. Quem conhece a Deus não apenas sabe sobre o evangelho da cruz, mas conhece o seu significado! Hoje também é possível ver muitas pregações, reflexões e discussões teológicas e doutrinárias, onde impera a vaidade do pensamento, mas quase nada de graça e misericórdia.  

A palavra “misericórdia” vem da junção das palavras em latim: miseratio (compaixão) + cordis (coração). Assim pode-se entender como “sentir com o coração a miséria, o sofrimento do outro”. É a capacidade de sentir aquilo que a outra pessoa sente, e ser solidário com ela, é uma empatia. Para Deus, isso é mais importante do que “sacrifícios”. O que se pode entender por sacrifícios hoje? São nossas liturgias religiosas, nossos cultos, programas, reuniões, ministérios, orações, louvores, esforços, disciplina… Tudo isso pode ter o seu lugar e ser muito bom, mas se estiver desprovido de obras, de misericórdia, não tem valor algum. 

 
 

A verdadeira devoção 

Isaías, por exemplo, se refere a uma prática muito comum dos cristãos e de outras religiões, que é o jejum (Isaías 58:3-11). Ele fez uma denúncia da falsa devoção a Deus. A atividade religiosa hipócrita constitui empecilho à oração. Para muitos o jejum é visto como uma penitência. É uma herança romana, pela qual se espera receber a bênção pretendida por meio do autoflagelo, à semelhança das religiões pagãs. Mas jejum nada tem a ver com isso. Jejum é uma atitude de total desapego às coisas desta vida, a ponto de se abster até mesmo da necessidade mais básica, o alimento, com a intenção de se aproximar de Deus, ouvir a Sua voz e fazer a Sua vontade, não a nossa. A vontade de Deus é que as pessoas sejam salvas e que eu seja o instrumento da Sua misericórdia. 

Nossas orações intercessórias são respondidas quando acompanhadas de profunda misericórdia, ao ponto de se colocar à inteira disposição de Deus para fazer acontecer o que estamos pedindo a favor de alguém.  

Todos os que se movem em bondade têm grandes recompensas da parte de Deus - “Há quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam dar, e caem na pobreza. O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio receberá” (Provérbios 11:24-25).diga sim a bondade 

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