Tenha coragem!

O Senhor Jesus nos designou para uma missão impossível. Sim, impossível com os recursos humanos! Por isso, Ele nos deu o recurso: “... Deu-lhes esta ordem: ‘Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai, da qual lhes falei… Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas…’" (Atos 1:4, 8). A palavra “poder” é traduzida do grego dynamis, que significa “ser capaz”, “poder”, “capacidade”, “força”; de modo geral, um espírito de força, com o sentido de vigor viril, em contraste com um espírito de covardia. A palavra “dinamite” tem a mesma raiz.

Quando nascemos de novo recebemos o Espírito Santo, Espírito de poder, de coragem, para cumprir um propósito. Os primeiros discípulos eram cheios de coragem, pregavam o evangelho com ousadia em meio a muita perseguição. As autoridades reconheciam que isso não vinha deles mesmos, pois não tinham recebido instrução formal (Atos 4:13). Quem é cheio do Espírito é cheio de coragem (Atos 4:29-31).  

 

Existe uma guerra

A Bíblia nos exorta a ter coragem (I Coríntios 16:13). É uma ordem! É um convite a crer que o poder já está em nós pelo Espírito Santo. O contrário da coragem é o medo, e o medo é um espírito (II Timóteo 1:7). Quando nos acovardamos estamos duvidando de que o recurso dado por Deus realmente funciona!

Se o medo (ou covardia) é um espírito, então há uma guerra a ser vencida primeiramente em nosso interior. A palavra “coragem” vem do latim coraticum (cor + aticum; cor = coração, aticum= ação); literalmente seria a “ação do coração”. É no coração que a fé se instala, pelo Espírito de Deus. Coragem, portanto, é fluir no Espírito Santo e agir coerentemente com o dynamis, a força que está em nós!

Uma das maiores estratégias de Satanás é semear o medo. O medo intimida e impede a reação. Fomos chamados para uma guerra (Mateus 16:18), mas Satanás não quer guerra, ele quer um acordo: “você não mexe comigo, e eu não mexo com você”.  Porém, se não há conflito, não há guerra. É por isso que ele enreda muitos cristãos com o mundo, para jogar no time dele, enquanto fazem de conta que jogam contra.

É só contra a Igreja que as portas do inferno não podem prevalecer, porque só ela pode entrar e tirar as pessoas de lá. Não somos o lado que se defende, mas o lado que ataca. Deus deu uma ordem a Josué quando ele deveria guiar o povo de Israel na conquista do território de Canaã (Josué 1:9). A nossa guerra é a mesma, só que agora o território é a alma das pessoas. É uma batalha espiritual! Só quem é liberto pode libertar.

Satanás usa a estratégia da intimidação criando um cenário aparentemente aterrador. Nos tempos de Josué eram os gigantes e as cidades fortificadas (Números 13:28, 31). Nos tempos de Davi não foi diferente. Golias fazia pressão psicológica sobre o exército de Israel exibindo o seu tamanho; mas Davi não se intimidou, não ficou acuado, na defensiva; ele correu ao encontro do gigante (I Samuel 17:48).

Jesus disse que já nos deu o poder para vencer o inimigo (Lucas 10:19). Satanás já sabe que é um derrotado, por isso ele faz de tudo para que o time adversário não compareça em campo. Ele quer vencer por WO! Aliás, a única maneira do inimigo vencer é quando os cristãos recuam intimidados e não comparecem à batalha!

 

Vença o medo

Existe um medo muito comum entre os cristãos que os impede de ser ousados e fazer discípulos. É o medo do não, da rejeição. Essa é a dor que não queremos enfrentar. Inconscientemente fazemos de tudo para ficar bem relacionados com as pessoas. Isso acontece muito num ambiente de trabalho, de sala de aula, ou grupo social qualquer. Posicionar-se na fé torna-se um grande desafio num mundo hostil ao evangelho (II Timóteo 3:12).

Não existe guerra sem dor. Toda resistência vai causar dor e desconforto. Todo cristão será inevitavelmente hostilizado, perseguido, rejeitado, assim como aconteceu com Jesus. É neste contexto que entra a coragem para se posicionar. Em nada devemos nos intimidar: “Sem de forma alguma deixar-se intimidar por aqueles que se opõem a vocês. Para eles isso é sinal de destruição, mas para vocês, de salvação, e isso da parte de Deus” (Filipenses 1:28).  

Outro tipo de medo é não saber o que falar. Jesus disse: “Mas convençam-se de uma vez de que não devem preocupar-se com o que dirão para se defender. Pois eu lhes darei palavras e sabedoria a que nenhum dos seus adversários será capaz de resistir ou contradizer” (Lucas 21:14-15).

A nossa reputação é outra coisa que queremos defender. Temos medo de que nada aconteça, então preferimos não agir. Mas Jesus nos mandou ir, que Ele estaria conosco. Nosso papel é falar corajosamente deixando os resultados com Deus. É a reputação dEle que está em jogo. Os primeiros discípulos iam, e o Senhor os honrava (Marcos 16:20).

Seja qual for a causa da sua intimidação, supere-a ativando a coragem do Espírito que está em você!