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Publicado em 26/10/2023
Já sabemos que é pela vontade do Pai que nos tornamos filhos (Efésios 1:5). No entanto, nem todos sabem o que é ser filho! Viver como filho, consciente dessa posição espiritual, é a chave para alcançarmos a plenitude do que o Pai tem para nós. Muitos são filhos, mas vivem como se não fossem. São uma coisa mas estão outra, vivem pelo que estão e não pelo que são. Isso é trágico. O que Deus estabeleceu não muda, portanto, cabe a nós tomar posse do que somos!
Temos a posse
O filho mais velho da Parábola do Filho Pródigo, quando viu que o pai estava fazendo a festa para o filho que havia retornado, expressou a sua insatisfação (Lucas 15:29, 31). Ele servia o seu pai como escravo e não como filho, por isso não tomava posse do que era seu. Muitas vezes pedimos a Deus o que já temos, que é nosso, por herança. Se já somos participantes da Sua riqueza, devemos nos comportar com confiança, como já tendo recebido do Pai (I João 5:15).
Quando Jesus nos mandou pedir em Seu nome, o sentido é pedir como se Ele mesmo estivesse pedindo - “E eu farei o que vocês pedirem em meu nome, para que o Pai seja glorificado no Filho. O que vocês pedirem em meu nome, eu farei" (João 14:13-14). Ao ensinar sobre a oração Jesus deixou claro que a nossa fé precisa estar fundamentada no caráter de Deus, e não no Seu poder (Mateus 7:9-11). Ele é Pai, e isso basta para crermos que Ele responde a nossa oração. A consciência da paternidade dEle nos fará descansar em Sua vontade, crendo que Ele tem sempre melhor para os filhos!
Diante do túmulo de Lázaro, antes de ressuscitá-lo, “... Jesus olhou para cima e disse: Pai, eu te agradeço porque me ouviste. Eu sabia que sempre me ouves, mas disse isso por causa do povo que está aqui, para que creia que tu me enviaste" (João 11:41-42). Ele deu uma ordem ao mundo espiritual porque era consciente da autoridade que tinha, por ser Filho. Essa mesma autoridade Ele delegou a nós, Seus filhos (Lucas 10:19).
Temos autoridade
Aos Efésios o apóstolo Paulo escreve que nós já fomos abençoados com todas as bênçãos espirituais, porque somos filhos! (Efésios 1:3-5). Mas, na sequência, ele disse que orava para que lhes fosse dado espírito de sabedoria e revelação quanto a essa verdade (Efésios 1:17-19). Os que vivem como escravos é porque ainda não têm o entendimento da sua posição em Cristo Jesus! Então, o problema não está naquilo que somos, mas na consciência. É a consciência que faz a diferença. Somos filhos, e como filhos, a autoridade, o poder, como também todas as riquezas da herança já são nossos.
Essa autoridade foi dada à Igreja (Efésios 1:20-23). A Igreja é uma coletividade, e é através dela que esse poder e autoridade se manifestam. Por isso Jesus disse que as portas do inferno não prevalecem contra ela (Mateus 16:18). Satanás trabalha para dividir a Igreja, porque se ela viver como corpo, na interdependência e na humildade, o poder vai se manifestar, e é isso o que ele não quer!
Paulo ainda acrescenta: “Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (Efésios 2:6). A autoridade está na Igreja, no corpo. Cristo Se fez carne e habitou entre nós, mas agora Ele habita na Igreja. Quando essa verdade é desprezada, a Igreja não vive a plenitude daquilo que lhe foi delegado: “Aquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós, a ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre! Amém!” (Efésios 3:20-21).
Temos uma nova mentalidade
Por conta da nossa filiação, somos agora uma geração de reis e sacerdotes (I Pedro 2:9). Sacerdotes intercedem e reis governam. Esta foi a proposta desde o início da criação. Deus nos fez para governar e exercer autoridade. O pecado afetou a auto estima da humanidade, mas os que foram recriados em Cristo sabem agora que são príncipes, que fazem parte de uma linhagem real, pois possuem o DNA do Rei - “Ele levanta do pó o necessitado e ergue do lixo o pobre, para fazê-los sentar-se com príncipes, com os príncipes do seu povo” (Salmos 113:7-8). Toda autodepreciação vem da falta de consciência de filiação.
A família de Deus é uma família de príncipes (Efésios 2:19). Davi não fazia parte do exército de Saul, não tinha título, nem posição alguma no reino, mas tinha mentalidade de rei, por conta da sua intimidade com o Pai! Sua autoestima era resolvida, ainda que fosse rejeitado pelo pai biológico. Quando enfrentou o gigante revelou que sabia quem ele era. Tornou-se rei de Israel porque já tinha coração de rei!
Todo filho de Deus tem mente empreendedora, excelente, nobre - “Mas o homem nobre faz planos nobres, e graças aos seus feitos nobres permanece firme” (Isaías 32:8). O nobre permanece firme (prospera) por causa da sua nobreza. Mas antes ele projeta (mente, visão). O nobre tem uma mentalidade de realeza, uma visão excelente, por isso seus planos e feitos são excelentes.