A palavra “ativar” significa “tornar(-se) ativo ou aumentar a atividade; impulsionar, acelerar, intensificar” (Oxford). Portanto, não se trata de criar algo, mas de colocar em atividade algo que já existe. O apóstolo Paulo escreve: “Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós” (Efésios 3:20). O poder de Deus já está em nós (Atos 1:8), mas precisamos ativá-lo, liberá-lo. Como? Obedecendo! Quando obedecemos, o Seu poder, que atua em nós, entra em operação para fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos!
Basicamente, a palavra “santidade” significa “separação, purificação, consagração”. Santidade é separar-se do pecado para se consagrar a Deus. O Espírito é Santo, portanto, se o Santo está em nós, já somos santos, separados para Ele - “... Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus” (I Coríntios 6:11). Quando alguém nasce de novo tornando-se uma nova criatura, o atributo da santidade de Deus passa a incorporar o seu caráter, e ele adquire uma essência antagônica ao sistema deste mundo (Tiago 4:4).
Santificação, o processo da santidade
No entanto, há um mandamento da parte de Deus para nós: “Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, pois está escrito: ‘Sejam santos, porque eu sou santo’" (I Pedro 1:15-16). Por que devemos ser santos? Porque Ele é santo, simples assim! Um filho imita o seu pai - “Portanto, sejam imitadores de Deus, como filhos amados” (Efésios 5:1).
Ativar a santidade que está em nós é andar segundo ela. A esse processo contínuo de crescer em santidade chamamos de santificação. O autor aos hebreus diz que devemos seguir a santificação: “Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14). Esforçar-se para ser santo é entrar num processo. Já somos separados, mas agora precisamos caminhar em direção a Deus, afastando-nos gradualmente do sistema do mundo, a fim de não nos contaminarmos novamente.
Tudo começa na mente
O sacerdote no AT fazia parte de uma tribo consagrada exclusivamente a Deus, a tribo de Levi. Eles não participaram da divisão da Terra Prometida, não tinham herança material, porque Deus era a herança deles (Deuteronômio 18:2). Hoje em dia, por meio da graça de Jesus, todos nós fomos privilegiados para sermos santos e sacerdotes (I Pedro 2:9). Nossa herança é o Senhor! Portanto, os mesmos princípios de santidade ligados aos sacerdotes do AT aplicam-se a nós.
Dentre as muitas partes da sua vestimenta, tinha uma em especial: a mitra (turbante) - "Faça um diadema de ouro puro e grave nele como se grava um selo: Consagrado ao Senhor. Prenda-o na parte da frente do turbante com uma fita azul. Estará sobre a testa de Arão;...” (Êxodo 28:36-38).
O ouro do diadema (um adorno) representava a pureza e a integridade. Ele estava na testa, entre os olhos; ou seja, qualquer pessoa que olhasse no rosto do sacerdote leria as palavras “Consagrado ao Senhor” (ou “Santidade ao Senhor”). A cabeça, onde estava o turbante, nos remete à mente. Santidade começa no pensamento - “Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias” (Mateus 15:19).
Cultivar pensamentos maus e impuros é um grande perigo, porque eles podem se transformar em comportamentos. O apóstolo Paulo afirma que podemos controlar nossos pensamentos - “Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas” (Filipenses 4:8).
Santidade é caráter
Quando as pessoas olhavam para a face do sacerdote, elas liam as palavras “Santidade ao Senhor”. Trata-se do caráter de um cristão, do comportamento e palavras. Santidade é a marca de quem segue a Cristo!
O verdadeiro discipulado não é aquele que transmite conhecimento em sala de aula ou por meio de literatura, mas este: “Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo” (I Coríntios 11:1). Multiplicamos a santidade e não a carnalidade! Santidade, no entanto, não é perfeição, mas integridade. Seremos perfeitos quando formos transformados num corpo incorruptível no dia do arrebatamento, e então O veremos face a face. Mas esse evento será para aqueles que já andam “arrebatados”, desapegados, desassociados, despojados deste mundo (João 17:16-17).
Paulo diz que devemos ser coerentes em nossas atitudes, fazendo morrer tudo o que pertence à nossa natureza terrena (Colossenses 3:1-10). Fazer morrer é intencionalidade, é foco naquilo que agora a consciência do evangelho nos trouxe. Não acontece espontaneamente, precisa ser provocado!