A essência do nosso Mestre é a humildade (Mateus 20:26-28). Servir é fazer algo, é usar as mãos para algum serviço. Em outro momento, Ele disse: “Pois quem é maior: o que está à mesa, ou o que serve? Não é o que está à mesa? Mas eu estou entre vocês como quem serve” (Lucas 22:27). É com as mãos que se serve à mesa! Portanto, não se trata de falar, mas fazer!
Nos tempos de Jesus, lavar os pés ao entrar numa casa era prática usual, porquanto eles ficavam sujos ao caminhar pelas ruas lamacentas ou empoeiradas. Essa função cabia a um serviçal (escravo), mas na última ceia, ao lavar os pés dos Seus discípulos, Jesus fez essa função (João 13:5). Ao terminar, Ele ordenou que Seus discípulos fizessem o mesmo (João 13:14). É sobre humildade, porque ninguém pode lavar os pés sem se curvar. Não é de cima para baixo, mas de baixo para cima.
Se esta é a marca do nosso Mestre, é natural que Seus seguidores também a tenham (Filipenses 2:5-7). Paulo escreve: “... Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele” (Romanos 12:20). Servir aos nossos amigos é fácil, mas servir a quem nos hostiliza é a verdadeira prova de fé cristã!
O poder flui através das nossas mãos
Jesus disse: “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (Mateus 5:16). É o nosso serviço que vai atrair as pessoas ao Pai. Somos salvos para servir e servimos para salvar! Servir é sinônimo de amar, e quando amamos atraímos as pessoas ao amor de Deus. Antes de ganharmos alguém para Jesus precisamos ganhar para nós mesmos, ganhar a sua confiança, porque só se abre à mensagem quem se abre ao mensageiro!
Nossas mãos são o meio por onde fluem as virtudes de Deus. Jesus disse: “Estes sinais acompanharão os que crerem:... imporão as mãos sobre os doentes, e estes ficarão curados” (Marcos 16:17-18). Mas, para que de nossas mãos fluam essas virtudes, elas precisam estar desimpedidas (limpas), porque só podem dar o que recebem de Deus (Salmos 24:3-4, I Timóteo 2:8). Mãos santas, são mãos separadas para servir!
Toda criança nasce com as mãos fechadas, sinal de que nascemos egoístas. Segundo estudiosos, até quatro a cinco anos ela pensa que o mundo gira ao seu redor. Por isso, o maior sinal de infantilidade é o egoísmo, a mão fechada. Paulo diz que estes são inimigos da cruz de Cristo (Filipenses 3:18-19), porque contrariam o princípio da cruz, que é entregar-se para até, se preciso for, morrer em favor dos outros. Portanto, dar e se doar são sinais inequívocos de crescimento pessoal e maturidade!
Paulo diz: “E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos” (Gálatas 6:9). A promessa é: Vamos colher o bem que semeamos, se não desanimarmos! Servir a Deus é servir às pessoas, e Paulo escreve que esse trabalho nunca será inútil! (I Coríntios 15:58).
Jesus quer curar nossas mãos
Mas, para servirmos, nossas mãos precisam de cura. Muitos estão com as mãos paralisadas, abertas apenas para receber, e não para dar. Nosso inimigo quer paralisar nossas mãos. Como? Colocando mentiras na mente: “eu não consigo”, “eu não sou qualificado”, “quem sou eu?”, “eu não tenho jeito para isso”, “eu não tenho recursos”, “eu não tenho habilidades”, etc. Mãos paralisadas impedem que as virtudes, as riquezas, de Deus fluam para atingir as pessoas.
Certa vez, Jesus curou a mão de um homem (Marcos 3:1-5). A palavra traduzida por “atrofiada” do grego, significa “desidratada”, “seca”, “murcha”. “Na Bíblia, o ato de secar, murchar ou definhar, frequentemente é usado como uma metáfora para descrever a condição espiritual das pessoas afastadas de Deus. O conceito de secar também pode representar a falta de frutificação espiritual…” (Strong). Certamente, aquela mão representava a atrofia espiritual, quando elas não são usadas para a glória de Deus. Assim como lugar seco não produz vida, mãos secas, que não servem, não frutificam!
Jesus disse ao homem: “Venha para o meio”. Era um lugar de visibilidade, destaque, centralidade. Aquele homem precisava sair do anonimato, do isolamento, da timidez, da vida compartimentada e egoísta. Ele deveria vir para o lugar da ação, da luz, a fim de que a sua mão fosse curada. Mas Jesus deu uma segunda ordem: “Estenda a mão”. Então foi curado! A nossa cura brota quando estendemos a mão.
Muitos estão chorando, lambendo suas feridas, achando que nada podem fazer pelos outros, dizendo que não dão conta nem de si mesmos. Estender as mãos, no entanto, é um ato de fé. Quem estende a mão para servir, atrai o poder de Deus para ser curado. Esperar ser curado, para depois estender a mão, é incredulidade!
Deus quer restaurar as nossas mãos. Temos a maior riqueza que um ser humano pode ter: a salvação eterna. Paulo diz que agora, por meio de Cristo, temos acesso à toda a Sua riqueza! (Romanos 8:32). Portanto, não é honesto, não é ético, não é correto, retermos o que é tão precioso. Venha para o meio, e estenda a mão!