A mensagem do Evangelho gera em nós uma consciência. É como uma luz que acende em nosso interior. Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8:12). Por isso Paulo diz: “Pois Deus que disse: ‘Das trevas resplandeça a luz’, ele mesmo brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo” (II Coríntios 4:6).
Quem nasce de novo recebe uma clareza que outros não têm. Essa clareza nasce no espírito e depois renova a mente. É dentro para fora, do coração para a mente e não da mente para o coração. Trata-se do homem espiritual em contraste com o natural. O natural não entende o espiritual, mas o espiritual entende o natural; porque este já esteve no outro lado, mas aquele nunca esteve deste lado (I Coríntios 2:14-15). O homem que não tem a luz, anda na perspectiva das trevas, portanto, é limitado no entendimento. Mas “... Nós, porém, temos a mente de Cristo” (I Coríntios 2:16).
Infelizmente, no meio dos que se declaram cristãos nem todos têm essa percepção. Muitos tiveram uma experiência apenas religiosa e não espiritual. A palavra “religião” significa “um conjunto de crenças relacionadas com aquilo que a humanidade considera… divino, sagrado…, bem como o conjunto de rituais e códigos morais que derivam dessas crenças”. Se é assim, então é uma experiência meramente humana e não transcendente!
Deus mesmo nunca Se agradou de meros rituais religiosos. Jesus denunciou os fariseus e mestres da lei, citando o profeta Isaías: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram; seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens” (Mateus 15:8-9). Em certo momento, o Senhor falou: “Não suporto mais essa encenação: Conferências mensais, agenda sabática, encontros especiais, reuniões, reuniões e mais reuniões - não aguento mais ouvir falar em reunião! São reuniões para isto, reuniões para aquilo. Chega de reuniões! Vocês me cansaram! Estou cansado de tanta religião, enquanto vocês continuam pecando” (Isaías 1:13-14 - A Mensagem).
Quem é você?
Dentro desta perspectiva, o que você é? Como você se declara? Religiosos gostam de rótulos! Eles se autodenominam: católicos, crentes, evangélicos, pentecostais, neo-pentecostais, conservadores, calvinistas, arminianos, e por vai. Os rótulos, no entanto, nos roubam a verdadeira identidade, nos confinam e nos limitam. Eles nos tornam o que o sistema religioso diz que somos e não o que realmente somos. Os primeiros cristãos eram simplesmente seguidores do Caminho: “Confesso-te, porém, que adoro o Deus dos nossos antepassados como seguidor do Caminho, a que chamam seita…” (Atos 24:14). O Caminho é Jesus! O termo “cristão” foi um apelido que receberam, por serem tão parecidos com Jesus! (Atos 11:26).
Mas quem as pessoas dizem que você é? Bem, isso fala muito sobre a sua identidade! Se os seguidores do Caminho foram chamados de cristãos é porque eram “pequenos Cristos”. Eles não precisavam de um rótulo para se auto denominar. Não precisaram criar uma religião, uma denominação, uma associação religiosa, porque nada era sobre eles, era tudo sobre Jesus. Você precisa de um rótulo? Precisa dizer quem é? Quem é não precisa dizer que é! (Colossenses 1:27).
Bem, a Bíblia diz que agora temos uma identidade (João 1:12-13). Os que nasceram da vontade de Deus se tornaram filhos de Deus! Foi a graça dEle que nos alcançou (Efésios 2:8-9). Ele nos escolheu, e não nós escolhemos a Ele (João 15:16). Os que são filhos são seguidores, discípulos, de Jesus. A natureza define o caráter. O filho imita o pai. Por meio de Jesus nos tornamos filhos do mesmo Pai, por isso O seguimos, a fim de sermos transformados de acordo com o Seu caráter!
Você tem um novo nome
Assim sendo, o projeto de vida dEle é o nosso. Ele é o Mestre. Jesus disse: “O discípulo não está acima do seu mestre, mas todo aquele que for bem preparado será como o seu mestre” (Lucas 6:40). Por isso, um discípulo de Jesus tem a identidade do Mestre. Ou seja, ele faz o mesmo que o seu Mestre faz. Quando Maria engravidou, um anjo disse a José qual seria o nome do bebê, e por que: “Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mateus 1:21). O nome estava associado ao Seu propósito de vida, ou seja, era o próprio propósito, porque “Jesus” quer dizer “o Senhor salva”!
Por isso, quando nascemos de novo, recebemos um novo nome. É o nome dEle. Quando uma criança nasce, ela recebe o sobrenome do pai; assim também, quando renascemos por meio de Cristo, recebemos o nome dEle. E este nome é o propósito: salvação. Estamos aqui para salvar, para sanear o mundo, limpar a sujeira do pecado, fazer o que ninguém quer e nem pode fazer. Somos salvação, nada mais!
A missão dEle é a nossa missão, porque a identidade dEle é a nossa (Mateus 20:28). Dar a vida em resgate por muitos é para servos. Servos não têm ambição própria, não têm exigências, não anseiam por posição, títulos, prestígio,... não se deixam rotular. São apenas o reflexo da Luz, que é Jesus!