O que move um cristão a fazer o que faz? Por que ele faz coisas que outros não fazem ou não faz coisas que outros fazem? Por que as atitudes e hábitos de um cristão são tão distintos? A Bíblia diz que o povo dEle é santo (1 Pedro 2:9). A palavra “santo” significa “consagrado”, “separado”. Não se trata de uma separação física, mas de um ambiente espiritual, em contraste com o ambiente deste mundo.
Um cristão é alguém que morreu para o reino deste mundo e renasceu no Reino de Deus. Este Reino tem uma cultura diferente, oposta ao mundo, por isso ele pensa e age diferente. É como água e óleo, que podem estar num mesmo recipiente, mas não se misturam. São substâncias distintas. Os filhos de Deus têm outra natureza, outra consistência, outra “química”.
Um seguidor do Caminho faz o que Jesus faria porque a Sua natureza está nele. Ele não precisa andar sob pressão nem sob a imposição de alguém. Não necessita de uma lista de “pode” e “não pode”, porque agora, pelo Espírito Santo, sabe muito bem discernir entre o que é certo e errado. O que ele mais precisa não é que lhe digam o que fazer, mas de pessoas que o ajudem a fazer o certo e não fazer o que é errado!
Paulo confirma isso em Colossenses 2:20-23. Não faz sentido alguém que já morreu para o sistema deste mundo precisar ainda de leis e regras. Quem recebeu o Espírito de Cristo vive agora o padrão dEle, que está acima da lei. As leis de Deus continuam valendo, mas elas perderam a força. A força da natureza do Cristo que está em mim torna as proibições desnecessárias, porque agora os princípios foram escritos em meu coração (Jeremias 31:33). Para um cristão “é proibido proibir”! Portanto, os cristãos:
É uma questão de necessidade, não de imposição. Jesus disse que sem Ele nada podemos fazer (João 15:5). O cristão é movido por essa consciência e não pela pressão. Ele luta contra a inclinação para a autossuficiência, porque sabe que não pertence mais a si mesmo. Muitos pseudocristãos não oram, porque para o nível de vida que vivem não precisam mesmo orar, não sentem essa necessidade!
O cristão congrega porque é inteligente, sabe que andar em relacionamento é crucial para sua saúde espiritual e emocional. Ele não vê a célula como mais uma reunião ou um compromisso semanal, mas como fundamento para a sua fé.
“Uma pesquisa liderada por um cientista de Harvard acompanhou a vida de 7 mil pessoas ao longo de nove anos. Os pesquisadores descobriram que as pessoas… com hábitos nocivos à saúde (como fumar, se alimentar mal, obesidade ou consumo de álcool) mas com fortes laços sociais têm uma vida significativamente mais longa do que as pessoas que, apesar de terem hábitos excelentes para saúde, vivem isoladas. Em outras palavras, é melhor comer chocolate industrializado e ter bons amigos do que comer brócolis sozinho” (LEO, Edy. Edifica a minha casa, pág 21).
Se é sobre obediência, então o cristão é intencional em fazer discípulos. Ele vai em direção às pessoas com essa intenção, pois sabe que relacionamentos não são espontâneos, mas provocados. Se não formos intencionais, não faremos, porquanto nossa natureza é autocentrada, inclinada ao conforto e à estabilidade. O verdadeiro amor é sacrificial. E fazer discípulos é um sacrifício!