(Marcos 11:1-11)
Publicado em 11/04/2025
O TRIUNFO DO VERDADEIRO REI
(Marcos 11:1-11)
A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém acontece no dia que abre a semana da paixão, portanto, no domingo que antecede à Sua morte e ressurreição. Nesse ato Jesus apresenta-Se intencionalmente como Messias, atraindo, assim, o ódio dos líderes judaicos, que culminou com a Sua crucificação.
Jerusalém estava agitada, por conta dos peregrinos que vinham de todas as partes para celebrar a Páscoa. Os milagres de Jesus eram o assunto do momento. Todos comentavam sobre Jesus, o profeta de Nazaré da Galiléia (Mateus 21:10-11). A notícia da ressurreição de Lázaro corria por toda parte (João 12:17-18). A ressurreição de um morto depois de quatro dias era um fato extraordinário. Aquele milagre estava atraindo os judeus para crerem nEle, razão pela qual os chefes dos sacerdotes estavam fazendo planos para matar não só Jesus, mas também Lázaro (João 12:9-11).
A instabilidade da alma
O caminho da entrada em Jerusalém era o caminho da Sua morte. Ele era, de fato, o Rei, mas decidiu entrar de forma diferente. Sua postura contrariava a lógica humana. Pediu aos Seus discípulos que Lhe trouxessem um jumentinho que nunca antes havia sido montado (Marcos 11:2). Não pediu um cavalo, animal apropriado para a montaria de reis e príncipes, mas um jumentinho (cria), que representa humildade e paz. A multidão O aclamava (Marcos 11:9-10), mas nEle não havia qualquer glamour, luxo, ostentação ou demonstração de orgulho; pelo contrário, uma simplicidade impressionante! Era o cumprimento da profecia de Zacarias 9:9. O povo estendia seus mantos (vestes) e ramos pelo caminho enquanto Ele passava (Marcos 11:8).
Jesus sabia muito bem que aquela situação se reverteria completamente em menos de uma semana. No final dela estaria crucificado. Isso nos fala da instabilidade da alma humana. Num dia exaltamos Jesus, noutro O negamos e desprezamos quando nos entregamos ao pecado. Essa inconstância e instabilidade são próprias da alma. É por isso que muitos não perseveram. Constantemente estão soltando Barrabás e crucificando o Filho de Deus. Só tem um jeito de mudar isso: “Jesus dizia a todos: ‘Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me’” (Lucas 9:23). A cruz é a chave para vencermos essa inconstância. É uma prática diária, a fim de que Ele possa viver em nós. É vida de cruz, e não apenas momentos de quebrantamento. É um processo em que, à medida que renunciamos aos desejos enganosos da carne, o Rei vai tomando espaço em nosso coração.
Não se iluda com elogios
Janires, em uma das suas letras musicais, fala que muitas vezes as pessoas que nos elogiam são as que mais tarde vão nos apedrejar: “... A história é mesmo assim; fizeram a mesma coisa ao nosso Rei Jesus; as mesmas vozes que um dia o aclamaram foram as mesmas que nele cuspiram; as mesmas mãos que um dia o aplaudiram foram as mesmas que o crucificaram”.
Jesus não Se iludiu com os aplausos e elogios. Ele sabia muito bem que aquilo era temporário, fruto de uma emoção, por conta dos milagres que fazia. Em menos de uma semana estaria pendurado numa cruz. Montou num jumentinho porque sabia quem era, não precisava se auto afirmar. Muitos buscam aprovação através das aparências, querem impor a sua autoridade chamando a atenção para si. Mas Jesus demonstrou que não precisava disso. Naquela mesma semana, na última ceia, antes de lavar os pés dos discípulos, o texto diz: “Jesus sabia que o Pai havia colocado todas as coisas debaixo do seu poder, e que viera de Deus e estava voltando para Deus; assim, levantou-se da mesa, tirou sua capa e colocou uma toalha em volta da cintura…” (João 13:3-4).
O nosso maior problema não são as críticas, mas os elogios que recebemos. Estes podem ser armadilhas. A Bíblia diz: “O crisol é para a prata e o forno é para o ouro, mas o que prova o homem são os elogios que recebe” (Provérbios 27:21). As lisonjas que recebemos podem nos levar à vaidade, e fazer pensar que somos alguma coisa (Gálatas 6:3; I Coríntios 8:2). Jesus não Se deixou seduzir pelas vozes que O aclamavam!
Quem se humilha será exaltado
A entrada de Jesus em Jerusalém foi a entrada para a Sua morte. Montar num jumentinho era o prenúncio da Sua entrega na cruz. O povo esperava um rei humano, que restaurasse o reino a Israel, livrando-os do jugo romano. No entanto, Jesus Se apresentou como um Rei que os livraria de outro jugo, o do pecado. Este é o pior de todos. O jugo humano é passageiro, o do pecado é eterno. O Seu reino está dentro de nós e não fora (Lucas 17:21).
O apóstolo Paulo diz que devemos ter a mesma atitude de Jesus: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus” (Filipenses 2:5). Que atitude é essa? É a contramão do sistema. É montar em “jumentinho” e não em “cavalo”. É sobre humildade. Quem se humilha nunca será humilhado, pelo contrário, será exaltado (Mateus 23:12). No reino deste mundo é o “cavalo” (imponência, ostentação, glamour) que traz autoridade, mas no Reino de Deus é o “jumentinho”! (Filipenses 2:6-9)