Isaías 7:10-14
Publicado em 06/06/2025
Isaías foi uma voz em meio ao caos que Israel estava vivendo, uma sociedade fragmentada pelo pecado e pelo abandono do relacionamento com seu Deus. Uma cultura que havia sido construída sob o governo do Senhor, mas que, agora, além de dividida, encontrava-se alienada do padrão moral estabelecido pelo Criador do universo.
Dentro desse contexto desanimador, Deus se move em direção à Sua cidade, Jerusalém. Mesmo que o rei Acaz estivesse sob fortes ataques, a palavra de Deus lhe trouxe esperança e a promessa de paz.
O contexto desta profecia carrega dois pontos significativos. O primeiro é uma intervenção imediata de Deus em favor de Israel naquele tempo, uma nação que enfrentava guerra com inimigos às suas portas (Isaías 7:1). Nesse cenário, o profeta foi crucial em sua missão de encorajar o rei e oferecer auxílio direto ao povo.
Contudo, há um ponto ainda mais relevante nesse contexto: a promessa de um sinal muito maior. Esse sinal se manifestaria de forma abrangente, trazendo paz eterna ao novo Israel de Deus, Sua Igreja.
Emanuel não é apenas um nome próprio, mas um título profético atribuído à pessoa de Jesus. Significa “Deus conosco”, e expressa não apenas Sua identidade, mas também Sua missão e Seu propósito. Um título carrega consigo uma identificação que especifica uma função ou um papel. Em suma, esse título aponta tanto para a autoridade delegada quanto para a competência concedida.
O Príncipe da paz
Assim como é o Pai, deve ser o Filho. Emanuel é o caminho da vida, e por meio dEle (João 14:6) a humanidade tem acesso à paz perene. Os filhos são a expressão dos pais e, se andam nos mesmos caminhos que eles, suas ações estão plenamente alinhadas com o caráter e a cultura da casa em que foram criados, tornando-se também pacificadores (Mateus 5:9).
A igreja deve ser a promotora e proclamadora da paz na terra, não somente com suas palavras, mas principalmente pelo seu testemunho de vida. “Esta é a mensagem que ouvimos dEle e que agora lhes transmitimos: Deus é luz, e nEle não há escuridão” (1 João 1:5). A palavra “escuridão”, no original grego (skotía), significa ignorância das coisas divinas e está diretamente associada à perversidade e à miséria resultantes do inferno.
Emanuel destruiu as obras do inferno
“Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do Diabo” (1 João 3:08b - ARA). Assim como Deus interveio naquele momento que Jerusalém estava vivendo, Ele enviaria Jesus a nosso favor. As obras do Diabo — do grego érgon, que significa “trabalho, serviço ou ocupação” — foram destruídas pela vinda de Cristo à Terra, que, até então, era o espaço de sua atuação (1 João 5:19).
O confronto que liberta
Não existe vitória sem batalha, e, quando a presença de Deus chega em algum ambiente, algo espiritual é ativado. “Estes que têm transtornado o mundo, chegaram também aqui”. (Atos 17:6). A manifestação de Jesus, por meio dos seus discípulos, confrontou os religiosos da época, e esse confronto permanece até os dias de hoje. Uma religião sem mácula (Tiago 1:27) está diretamente ligada a um estilo de vida, que nasce de um profundo relacionamento com Deus. O evangelho é um estilo de vida porque é uma pessoa, e isso continua desafiando o sistema religioso. Jesus é libertador por essência, e toda religião construída com base no medo e domínio é antagonista à realidade da santidade de Deus (Isaías 9:6-7).
O Grande sinal
Assim como Emanuel é o sinal de Deus para a salvação da humanidade, a igreja contemporânea deve ser para sua geração. É por meio da “ekklesia”, os chamados para fora, que Deus se manifesta, tornando-se visível aos que ainda estão em trevas, ou aqueles que não conseguem enxergar quem é o Senhor. “Jesus ao findar Seu tempo na terra, tinha o suficiente para que a missão não parasse nEle, Ele tinha os discípulos” (Lucas 10:19).
Emanuel e a igreja, a mesma missão
“Eu lhes dei a Tua palavra. E o mundo os odeia, porque eles não são do mundo, como Eu também não sou. Não peço que os tires do mundo, mas que os protejas do maligno. Eles não são deste mundo como eu também não sou. Consagra-os na verdade, que é a tua palavra. Assim como tu me enviastes ao mundo, eu os envio ao mundo (João 17:14-18).