Lucas 5:36-39
Publicado em 15/09/2025
Jesus veio trazer uma boa e nova notícia. O evangelho é uma proposta nova em meio a um sistema religioso antigo e ultrapassado. Quando Ele falou sobre a roupa nova e sobre o vinho novo, era no contexto da religião judaica. Os fariseus e mestres da Lei haviam questionado Jesus acerca do jejum (Lucas 5:33-34). Jesus era o noivo. Enquanto estava com eles, não havia necessidade de jejuarem! Aqui fica claro que a prática do jejum tem como objetivo a presença, a aproximação, a fim de cultivar um relacionamento íntimo com Ele. Os fariseus e mestres da Lei jejuavam com frequência, mas por mera tradição. Embora zelosos e dedicados, era apenas rito religioso, penitência, autoflagelo, à semelhança de muitos hoje, que jejuam na esperança de atrair a bênção pretendida.
Jesus estava Se referindo a uma nova perspectiva espiritual. No tempo da graça a Lei perderia a sua força, porquanto o Espírito Santo seria derramado sobre toda carne. Ele estava inaugurando a Nova Aliança. Jesus não veio para consertar nada, mas veio para fazer novas todas as coisas. Ele falou sobre renascer (João 3:3). O que é velho precisa morrer para dar lugar a uma nova vida. É sobre cruz e ressurreição!
Um novo caráter
As roupas eram muito caras no mundo antigo, e muito demoradas para fazer. Consertar uma roupa velha e rasgada, portanto, seria muito mais eficiente do que comprar ou fazer uma nova. Mas, como o tecido encolhia com o tempo, se a pessoa usasse um pedaço de pano novo, a costura encolheria depois que a roupa fosse lavada novamente e o rasgo ficaria ainda pior.
Jesus estava dizendo que Seus ensinamentos e Seu Reino eram como um pedaço de pano novo, e as tradições (como o jejum) e as regras dos fariseus em torno da Lei, repletas de hipocrisia, eram como uma roupa velha rasgada. Ele não veio para reparar a roupa velha, mas veio trazer uma nova. A proposta é um relacionamento íntimo entre Deus e o homem, que produz um novo caráter, o caráter de Cristo.
Nossos corações e mentes são como roupas velhas. Aplicar o tecido novo dos ensinamentos de Jesus não conseguirá consertar os rasgos da nossa velha natureza. Vai piorá-la. Precisamos receber corações inteiramente novos. Foi o que Ezequiel profetizou: “Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês…” (Ezequiel 36:26). As roupas refletem a nossa aparência. Nossa aparência espiritual é o nosso caráter: “… Vocês já se despiram do velho homem com suas práticas e se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador… Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito” (Colossenses 3:9, 10, 12-14)
Uma vida plena
Da mesma forma que ninguém coloca remendo de pano novo em uma roupa velha, ninguém coloca vinho novo em vasilha de couro (odre) velha. Isso porque o vinho novo não fermentado se expandirá e estourará o odre velho; assim, tanto o vinho quanto o odre vão se perder. O vinho novo precisa de odres novos, para que ambos sejam preservados.
O vinho velho, à semelhança da roupa velha, é a hipocrisia baseada no legalismo promovido pelos fariseus. Os odres novos são discípulos cujos corações e mentes estão prontos para seguir a Jesus. Na Bíblia, o vinho é um símbolo da habitação do Espírito Santo; essa associação deriva da ideia de uma vida nova e da alegria verdadeira, que, segundo a Bíblia, não vem de fontes mundanas, mas sim do Espírito. Sendo assim, nós mesmos somos os odres. Ou seja, não podemos receber a plenitude do Espírito permanecendo na velha maneira de pensar e viver.
Jesus conclui dizendo: “E ninguém, depois de beber o vinho velho, prefere o novo, pois diz: ‘O vinho velho é melhor!’” (v 39). Tradicionalmente, o vinho velho ou envelhecido era considerado melhor e mais valorizado que o vinho novo. Porém, Jesus diz que o vinho, que são os ensinamentos de Jesus e o novo modo de vida do Reino, é melhor.
As novidades nos causam medo. Os caminhos novos nos intimidam. Nossa tendência é continuar fazendo as mesmas coisas sempre do mesmo jeito, porque o novo traz desconforto, e nem todos estão dispostos ao desconforto, por isso não progridem. Na nossa vida espiritual acontece o mesmo. Infelizmente, muitos se apegam à sua tradição religiosa e não recebem o novo que Jesus oferece. Querem permanecer naquilo que estão acostumados. Isso os afasta de Deus, porque acham que estão certos, são orgulhosos para admitir a possibilidade de estarem errados e que precisam mudar. Como consequência, entram numa rotina religiosa, na monotonia dos programas, reuniões e eventos, e não experimentam a vida abundante que Cristo oferece.
Deixe de desejar o que é velho! Busque se transformar em odre novo e experimente o vinho novo (o Espírito Santo) instantaneamente. Abandone a velha natureza pecaminosa e receba um coração novo. Vista roupas novas (caráter de Cristo) e experimente a plenitude que Ele oferece!