SÉRIE: FIRMADOS NA ROCHA
2. SEJAM HUMILDES UNS COM OS OUTROS
Somos uma família, onde todos se importam uns com os outros. A Igreja é um ambiente de amor, no qual cada membro se interessa pela saúde espiritual do seu irmão. Por isso ela se organiza em grupos pequenos. É só nesse contexto que o ambiente de família pode ser vivenciado, o que torna possível cuidar bem de cada “filhinho” espiritual, a fim de que ele amadureça até chegar a ser um “pai/mãe” (I João 2:14).
Numa família todos se preocupam em cuidar dos “filhinhos”. Todos se preocupam porque o filho é de todos! Ninguém pode dizer “eu gerei esse filho”, porque, se não fosse pelos demais irmãos ninguém o faria! Numa família biológica nenhum filho é gerado apenas pelo pai ou pela mãe. Assim também na célula, se alguém gerou outro pelo evangelismo, é porque todos participaram dessa gestação e desse “parto”. Nossa saúde e fertilidade espiritual tem a participação de todos, pois somos um corpo. O útero gera no contexto do corpo, separado dele jamais poderia conceber um embrião e gestar um bebê!
Todos geram, todos cuidam
É porque todos geram que todos participam do cuidado dos novos bebês espirituais. Essa consciência de corpo e família deve permear o acolhimento daqueles que se achegam às células. A responsabilidade não é exclusiva de quem evangelizou. Todos se importam e se comprometem, assim como numa família biológica, onde o pai é tão responsável pelo bebê quanto a mãe, mesmo não tendo sido ele que gestou em seu ventre e deu à luz. A mãe jamais teria concebido sem a participação do pai!
Quando um bebê nasce, toda a rotina da casa muda, principalmente nos primeiros quarenta dias depois do parto, que é chamado de “resguardo”. A família, especialmente a mãe, dá uma atenção intensiva ao bebê; tudo acaba girando em torno dele. As noites são mal dormidas, os gastos aumentam, o emocional se altera, o corpo sente o cansaço, mas aquela criança se torna a sensação da casa. É o bibelô, o chameguinho de todos!
Assim é também na célula, especialmente nos quarenta dias do “resguardo”, ou do deserto, o período de maior vulnerabilidade espiritual, quando satanás fará de tudo para matar o bebê espiritual, tentando-o fazer voltar ao passado, a fim de interromper o propósito já no início do processo.
Humildade é servir
É nesse contexto que todos são servos de todos. É no ambiente da humildade que, de fato, cada filhinho na fé é consolidado. Assim como numa família biológica os pais se
doam totalmente, fazem renúncias e se sacrificam pelo bebê, não é diferente na família espiritual. No entanto, o amor pela criança suplanta todo desconforto e até sofrimento. Este mesmo sentimento deve motivar uma célula em relação aos que se achegam.
Paulo diz: “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros” (Filipenses 2:3-4). Considerar os outros superiores não é se sentir menor, mas é se fazer menor! Humildade não é complexo de inferioridade, mas é se diminuir e exaltar o irmão de forma intencional.
Foi exatamente essa a atitude de Jesus: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens” (Filipenses 2:5-7). Cuidar de pessoas, e cuidar bem delas, exige renúncia, sim. Vamos abrir mão do nosso conforto, recursos, dinheiro, tempo, etc.
Servir é se doar
Pedro também escreve: “... Sejam todos humildes uns para com os outros, porque Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes” (I Pedro 5:5). O que deve nos mover não é uma estrutura hierárquica, não precisamos dela. Quando o Espírito de Jesus habita em nós, a nossa atitude será a mesma dEle! Ele Se esvaziou e Se tornou servo. Submeter-se e servir a um superior é o modelo do mundo. Porém, na família de Deus todos se sujeitam uns aos outros, porque o mesmo Espírito habita em todos. Esse ambiente de humildade é o único que pode firmar a fé de todos.
O que recebemos de Deus não é para nós mesmos, mas para fluir. O dom e os dons do Espírito nos foram dados para compartilhar com os outros. Não é para o nosso bem-estar ou para nos colocar em evidência. Pedro diz: “Cada um exerça o dom que recebeu para servir aos outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas” (I Pedro 4:10). A prática do evangelho é o serviço. Administrar fielmente a graça de Deus é servir, se doar, pelo próximo. Jesus disse: “... O Filho do homem, … não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20:28). Este é também o projeto de vida dos Seus seguidores!
Num ambiente de humildade e serviço todos são consolidados na fé. Jesus disse: “... O Pai de vocês, que está nos céus, não quer que nenhum destes pequeninos se perca” (Mateus 18:14). Nenhum bebê pode morrer! Todos são preciosos, amados e importantes na família. Somos uma comunidade acolhedora, baseada em pequenos grupos, que vive o compromisso do amor de Cristo!