A Mãe Verdadeira

A MÃE VERDADEIRA

(I Reis 3:16-28)

 

Um pouco antes desse episódio, o Senhor apareceu a Salomão num sonho e lhe disse: “Peça-me o que quiser e eu lhe darei” (I Reis 3:5). E Salomão pediu apenas uma coisa: sabedoria, ou seja, tudo! - “Dá, pois, ao seu servo um coração cheio de discernimento para governar o teu povo e capaz de distinguir entre o bem e o mal” (I Reis 3:9). O pedido de Salomão agradou ao Senhor, que lhe disse: “Já que você pediu isso… Eu lhe darei um coração sábio e capaz de discernir, de modo que nunca houve nem haverá ninguém como você…” (I Reis 3:11-12).

A sabedoria de Salomão vinha de Deus, que governa com justiça, sabedoria e retidão. Aquelas duas mulheres representam a humanidade, que tem causas difíceis para resolver e precisa de quem lhe ajude e faça justiça. Especialmente as mães, que possuem um senso de proteção e cuidado descomunais para com seus filhos, precisam de apoio e direção correta em meio aos conflitos na educação. Nenhuma verdadeira mãe quer ver seu filho se perder ou desencaminhar. O senso materno nos ensina o quanto devemos ser atentos e cuidadosos com nossa descendência biológica e espiritual.

A mãe verdadeira:

 

Conhece o seu filho. A mãe verdadeira, ao amanhecer o dia, percebeu que o filho morto ao seu lado não era o seu (v 21). Existe um conhecimento que vai além da aparência externa. Muitos pais e mães não conhecem o seu filho, pois não têm acesso ao seu coração. A atenção aos filhos hoje está dividida com os afazeres do dia a dia, as muitas ocupações, a carreira profissional, o entretenimento e, pior ainda, o tempo desperdiçado nas redes sociais.

A verdadeira mãe dedica-se em conhecer seu filho através da conversa, do diálogo, da interação, do tempo investido nele… Todo relacionamento entre pais e filhos (biológicos e espirituais) precisa nutrir uma atmosfera de confiança e liberdade para abrir o coração e expor os sentimentos, mazelas, dores e fraquezas. Quando conhecemos verdadeiramente nossos filhos, não somos enganados e eles são guardados da morte.

Apresenta suas causas a Deus. “... Compareceram diante do rei” (v 16). Salomão era uma figura de Deus, pois a sabedoria que estava nele vinha do Senhor. Como não havia teste de DNA, era a palavra de uma contra a outra. A verdadeira mãe não procura fazer justiça com as próprias mãos, nem busca conselho em outras fontes, mundanas e carnais. Ela vai a Deus e busca conselhos dos filhos de Deus, que têm o Espírito Santo.

Infelizmente, hoje em dia a sociedade moderna encontra uma quantidade enorme de conselheiros, escritores e influenciadores digitais graduados em ciências da psicologia que, baseados no humanismo secular, influenciam multidões com seus ensinos e direções aparentemente bons, mas contrários à Palavra de Deus. Muitas mães e pais preferem livros e cursos de auto ajuda em vez da pura e simples palavra de Deus!

Luta por seus filhos. “Assim elas discutiram diante do rei” (v 22). Assim como aquela mulher, também não podemos nos conformar em ver nossos filhos se perdendo e caindo em mãos erradas. Quantos pais de adolescentes se acomodam e, literalmente, largam seus filhos nas mãos de pessoas que não temem a Deus - professores ateus e pervertidos, influenciadores digitais, usuários e traficantes de drogas…

Lutar pelos filhos é arrancar das mãos erradas - “... As más companhias corrompem os bons costumes” (I Coríntios 15:33). É ter a certeza de que estão recebendo ensino baseado em princípios, e não nas ideologias humanistas nefastas e nocivas.

Tem compaixão. Quando o rei pediu uma espada e ordenou que cortassem a criança ao meio, “... A mãe do filho que estava vivo, movida por compaixão materna, clamou…” (v 26). Ninguém tem compaixão como a de uma mãe. A palavra “compaixão” significa “sentimento piedoso de simpatia para com a tragédia pessoal de outrem, acompanhado do desejo de minorá-la; participação espiritual na infelicidade alheia que suscita um impulso altruísta de ternura para com o sofredor” (Oxford). Portanto, compaixão é antítese do egoísmo. O altruísta coloca-se no lugar do sofredor, sente a dor do filho. Por isso, nenhum pai ou mãe jamais se conformará com a morte espiritual de um filho!

Perde a discussão, mas preserva a vida. Quando a mulher viu que, tentando convencer de que o filho era seu ela o perderia, rendeu-se. Para ela a vida do filho era mais importante do que provar que tinha razão. Isso é amor. O amor não pensa em si mesmo, mas no outro. O amor não é egoísta e não procura os seu interesses, não pensa em se autoafirmar em detrimento do próximo, muito menos dos filhos.

Muitos perdem os filhos porque querem ganhar a discussão. Por conta de opiniões pessoais e da obstinação, pais e filhos se separam. O que é mais importante? A vida! Não somos donos de ninguém. Em última instância, tudo pertence ao Senhor. Aquela mãe estava pronta a perder, por isso ganhou! Foi essa postura que gerou o veredicto favorável a ela.

Este é o amor de Deus para conosco. Ele perdeu para que pudéssemos ganhar. E esta é a mensagem do evangelho: só ganha quem perde. Quando este é o nosso coração, despojado de nossas razões e disposto a entregar nossas causas ao justo Juiz, Ele nos concede a graça do convívio feliz com nossos filhos. Amém!

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