“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei” (Gálatas 5:22-23).
A Bíblia diz que Deus é fiel, porque não pode negar-se a Si mesmo, ou seja, à Sua palavra (II Timóteo 2:13). Fidelidade tem como definição “a qualidade de alguém fiel”, e fiel é “alguém digno de fé”. Portanto, é o aspecto do caráter de alguém em quem se pode confiar. Porque Deus é fiel, podemos confiar nEle! Ele é confiável - “Deus não é homem para que minta,... Acaso ele fala, e deixa de agir? Acaso promete, e deixa de cumprir?” (Números 23:19).
Fidelidade é uma aspecto do caráter humano que está em franco declínio em nossos dias. Uma pessoa fiel é alguém que anda em aliança e tem compromisso. Vivemos um tempo de forte inconstância e instabilidade emocional. O subjetivismo e relativismo reinantes na pós-modernidade tem contribuído sobremaneira na formação de mentes volúveis, que se movem por sentimentos e vontades, não mais por convicções e princípios.
Sofremos quando somos infiéis e quando outros não são fiéis conosco. Quando andamos por sentimentos, ou seja, “se eu sinto vontade ou não”, e não pelo que é certo, estamos fadados ao fracasso! Pessoas sem aliança e sem compromisso são infelizes. Elas não criam vínculos de relacionamentos duradouros. Por conta disso, tornam-se amargas, insensíveis e endurecidas de coração. Por outro lado, quantas pessoas estão adoecidas na alma, carentes, traumatizadas em seus relacionamentos, por causa da infidelidade de outrem!
A fidelidade atrai a bênção
Deus nos criou para relacionamentos, que, por sua vez, implicam aliança, compromisso, entrega, renúncia da vontade própria. Não podemos ficar refém das nossas frustrações. A proposta do evangelho é a essência do próprio Deus em nós, o caráter de Cristo, que é o fruto do Espírito. Fidelidade traz saúde para a nossa alma, pois nos direciona ao centro do propósito de Deus.
Fidelidade a Deus. Ao sermos batizados entramos numa aliança com Deus (Romanos 6:4). Assim como Jesus morreu por nós, morremos para nós mesmos e por Ele! É uma entrega sem reservas. Mas, se começarmos a tomar para nós o que já entregamos (nossa vida), estaremos sendo infiéis, quebrando a aliança. O que Deus faz numa situação dessas? Nada! Ele continua fiel, no entanto, quem quebra a aliança sofre as consequências da sua infidelidade (II Pedro 2:20-22).
Fidelidade ao cônjuge. Essa quebra de aliança é a que mais provoca maldição na terra (Malaquias 2:13-15). O casamento é uma figura do relacionamento entre Cristo e a Igreja, por isso reflete a quebra de aliança com o próprio Deus. Um grande número de cristãos hoje perderam a noção da gravidade do divórcio. Esta é uma das estratégias de Satanás mais nocivas à sociedade. Essa quebra de aliança tem produzido filhos sem identidade, sem referências, perdidos, marcados pela rejeição, infelizes… A segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 30 anos hoje é o suicídio! É devastador!
Fidelidade aos amigos. A infidelidade às amizades demonstra o quanto banalizamos nossos relacionamentos. Fidelidade implica sinceridade e verdade. Jesus disse que devemos tomar cuidado com o fermento dos fariseus, a hipocrisia (Mateus 16:6). Aquele que tem o Espírito Santo faz questão de tirar da sua vida todo fermento (máscaras). Davi era tão fiel à amizade que tinha com Jônatas, filho de Saul, que até mesmo depois da sua morte, acolheu um dos seus filhos trazendo-o para comer à sua mesa (II Samuel 9:1, 7).
Fidelidade à Igreja. Deus nos fez para habitar em família. Alguns acham que podem ser cristãos andando sozinhos, “avulsos”, não querem compromisso com uma comunidade. A Bíblia diz que a Igreja é o Corpo de Cristo. E no corpo todos os membros são necessários e funcionam. Quando alguém é infiel em congregar, por exemplo, prejudica todo o corpo. A pessoa inconstante na presença às reuniões está comunicando: “vocês não são importantes para mim, e eu não sou importante para vocês!”. Ela não falta à reunião, mas na vida de alguém! (I Coríntios 14:26). Deus dá graça aos humildes, aos que têm senso de pertencimento, que admitem ter necessidades e serem necessários!
Fidelidade ao trabalho. Quando nos comprometemos em fazer um trabalho, ou entramos para uma equipe profissional em uma empresa, estamos fazendo também um compromisso. Ser fiel é respeitar e obedecer aos parâmetros que regem aquela instituição. Se eu não concordo, devo sair dela, pois estarei sendo desonesto. A Bíblia diz: “... Obedeçam em tudo a seus senhores terrenos, não somente para agradá-los quando eles estão observando, mas com sinceridade de coração, pelo fato de vocês temerem ao Senhor” (Colossenses 3:22).
A Bíblia diz que, se fazemos algum voto, devemos cumpri-lo (Eclesiastes 5:4-5). Fazer voto é assumir um compromisso. Infidelidade é fazer voto e não cumprir; isso é tolice, e se aplica a todas as situações da vida. Mas fidelidade atrai a bênção de Deus, porque abre os céus e permite que a fidelidade dEle entre em operação. Quem honra a Deus será honrado por Ele!