Viva em sinceridade e em verdade

(Mateus 16:5-12)

A advertência de Jesus era que os discípulos tivessem cuidado para não se contaminar com o fermento, que era o ensino dos fariseus e dos saduceus (v 12). Fariseus e saduceus eram dois partidos religiosos que interpretavam a Lei de forma diferente. Jesus criticou ambos porque, basicamente, eram hipócritas. Conheciam muito bem as Escrituras, mas não praticavam o amor e a misericórdia.

No texto anterior vemos que os fariseus e os saduceus pediram que Jesus lhes mostrasse um sinal no céu (Mateus 16:1-4). A intenção deles era pôr Jesus à prova. Eles estavam tentando fazer Jesus Se auto afirmar, provar que realmente era o Messias. Por que Jesus não Se deixou persuadir por eles? Porque Ele não precisava da aprovação dos homens; sabia quem Ele era e qual o Seu propósito de vida. Não se inclinava à tentação de provar a ninguém Sua autoridade messiânica.

Fermento, na Bíblia, significa, principalmente, a hipocrisia. O fermento dá uma aparência ao pão, fazendo-o maior, tendo, porém, a mesma substância e essência. O fermento simboliza os artifícios para se manter uma aparência sem alterar a essência. Por isso as festas judaicas, inclusive a Páscoa, eram celebradas com pão sem fermento, para simbolizar a autenticidade e a integridade.

Paulo fala aos coríntios: “O orgulho de vocês não é bom. Vocês não sabem que um pouco de fermento faz toda  a massa ficar fermentada? Livrem-se do fermento velho, para que sejam massa nova e sem fermento, como realmente são. Pois Cristo, nosso cordeiro pascal, foi sacrificado. Por isso, celebremos a festa, não com fermento velho, nem com o fermento da maldade e da perversidade, mas com os pães sem fermento, os pães da sinceridade e da verdade (I Coríntios 5:6-8). O fermento velho era o dos fariseus e saduceus. E a massa nova é a Igreja, o corpo de Cristo (I Coríntios 10:16-17).

 

Livre-se das máscaras

Quando Jesus disse para tomarmos cuidado com o fermento dos fariseus era para que resistíssemos à tentação de, para tentar manter uma aparência, agirmos de maneira não autêntica buscando aprovação das pessoas. Essa necessidade de aprovação é uma tendência de todos nós, pois queremos ser aceitos. Isso, porém, tem uma raiz: a crise de identidade. Acontece quando não temos convicção de quem somos em Cristo e qual a nossa posição no mundo espiritual. Quando não entendemos a graça, que Deus nos recebe da maneira como estamos e nos ama incondicionalmente, ansiamos por aceitação e fazemos coisas na busca de aprovação. Queremos arrancar reconhecimento, honra e elogios das pessoas ao nosso redor. Assim como Jesus não precisava fazer sinal algum, todos os que são acolhidos por Cristo e em Cristo, não devem se preocupar em se auto afirmar, porquanto Jesus mesmo lhes aprova diante do Pai e dos homens.

Essa tentação faz com que usemos máscaras. Máscaras são maneiras de aparentar sermos um pouco melhores do que realmente somos. Procuramos sempre abrandar nossos defeitos e enfatizar os defeitos alheios para fazer sobressair as nossas qualidades. Algumas máscaras:

A máscara da omissão – é quando não abrimos nosso coração para expressar com sinceridade como nos sentimos e o que pensamos. Omitimos nossa opinião para mantermos a “política da boa vizinhança”. Não confrontamos e não somos sinceros para dizer quando não gostamos de alguma coisa.

A máscara da religiosidade – é quando tentamos aparentar apenas uma espiritualidade usando chavões, expressões e linguagem evangélica. Muitos têm apenas fachada; por fora uma casca de cristão, pois participam dos cultos e atividades da igreja, mas não vivem a essência do evangelho que é o amor e a entrega pelo próximo (Isaías 29:13).

A máscara do “tudo bem” – é quando a pessoa esconde a crise, a fraqueza e os pecados, tentando aparentar o super espiritual. Demonstra que está sempre de bem com a vida e que as coisas estão sob controle, quando, na verdade, está infeliz e não consegue administrar os conflitos internos e externos. Por causa do orgulho, não pede ajuda.

A máscara do ministério – neste caso o envolvimento em algum ministério se torna uma maneira de provar aos outros que está comprometida no Reino. A pessoa entra num ativismo e, mesmo assim, permanece infrutífera.

 

Como se proteger do fermento

Jesus estava propondo uma solução ao chamar doze homens para andar em integridade por meio de um relacionamento discipulador. A liderança farisaica seria desmascarada e banida para dar lugar a uma geração de filhos, que andam em integridade, transparência, verdade e sinceridade. É o corpo de Cristo, formado por pessoas que são ensinadas a se importar e servir uns aos outros.

A única maneira de se proteger do fermento é andar em humildade, sujeição mútua e discipulado. É isso que Paulo fala sobre discernir o corpo (I Coríntios 11:29-30). O contrário do que está no texto é verdadeiro: quando discernimos o corpo, vivendo em sinceridade e verdade, sem fermento, somos fortes, saudáveis e cheios de vitalidade.

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