Relacionamentos Saudáveis

Série: A essência
Publicado em 12/06/2023

A proposta do evangelho é mudar a nossa essência, que é a natureza, a característica essencial, a substância do nosso ser. O pecado corrompeu a nossa essência, o coração, e por isso a maldade encheu a terra. A sociedade foi corrompida por conta do coração do homem, e não o contrário. O filósofo Jean-Jacques Rousseau disse: “O homem nasce bom, a sociedade o corrompe”. Mas a palavra de Deus diz o contrário: o homem nasce mau, porquanto herdou o pecado de Adão (Romanos 3:23).

A corrupção, a perversão e todo tipo de maldade se instalaram na terra a partir do coração do homem, e Jesus veio para tratar esse mal na raiz. O homem sem Deus é uma fábrica de pecados. A religião tem a proposta de melhorar as pessoas com seus rituais, dogmas, doutrinas, mantras, orações, usos e costumes; são tentativas de adestrá-las para que sejam boas, mas quando a essência não muda o mal sempre acaba aflorando.

 

A raiz do mal

Jesus clareou esse ensino no Sermão do Monte quando falou sobre vários aspectos do relacionamento humano (Mateus 5:21-24). Ele estava inaugurando um novo tempo, tratando o mal pela raiz, trazendo ao homem uma nova essência e uma consciência contrária à natureza pecadora.  E o que seria essa natureza pecadora, matriz de todas as demais atitudes pecaminosas? A rebeldia, a recusa em aceitar que os princípios determinados pelo Criador são perfeitos, a fim de abençoar a criação.

Todas as crises de relacionamentos têm sua origem no coração rebelde, endurecido, corrompido pelo pecado da autossuficiência. Tiago diz: “De onde vêm as guerras e contendas que há entre vocês? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês?” (Tiago 4:1). A palavra grega traduzida para “paixões” é a origem da nossa palavra “hedonismo”. “Hedonismo” consiste em uma doutrina moral em que a busca pelo prazer é o único propósito da vida (Fonte: www.significados.com.br). 

A natureza pecaminosa é autocentrada, egoísta e arrogante. O hedonismo, ou seja, “eu primeiro, e os outros que se danem” é a regra de um coração sem Deus. Segundo Tiago, os conflitos não resolvidos entre nós têm sua origem na busca pelo prazer. As guerras de fora vêm das guerras de dentro, dos prazeres da carne. Quando Jesus foi interrogado sobre o divórcio, Ele respondeu: "... Moisés lhes permitiu divorciar-se de suas mulheres por causa da dureza de coração de vocês. Mas não foi assim desde o princípio” (Mateus 19:8). Então, o problema não é o divórcio, é a dureza de coração!

 

A solução

A Bíblia diz: Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne” (Ezequiel 36:26). Esta é uma profecia acerca do evangelho. Um coração de carne é um coração maleável, ensinável, humilde, onde os princípios podem ser escritos com facilidade, em contraste com o coração de pedra, que é endurecido, teimoso, rebelde e obstinado.

Mas, quando o espírito é regenerado, ele tem prazer nos princípios de Deus. Um coração amolecido deseja a correção, o confronto, quer ser moldado segundo caráter de Cristo. Relacionamentos saudáveis, portanto, só podem ser cultivados a partir de um coração novo, alinhado com o coração de Deus, movido pela consciência do evangelho.

Deus só pode moldar o nosso caráter através dos relacionamentos. Não é apenas lendo a Bíblia, mas é se sujeitando uns aos outros (Efésios 5:21). É honrando a família na qual Deus nos colocou para interagirmos e sermos lapidados através dos atritos. Fugir dos relacionamentos é sinal de coração duro. A Bíblia diz: “Quem se isola, busca interesses egoístas, e se rebela contra a sensatez” (Provérbios 18:1).

 

A estratégia

A célula é o ambiente comunitário (família), propício para sermos lapidados e moldados segundo o caráter de Cristo. Lá Deus coloca para conviverem ricos e pobres, cultos e incultos, homens e mulheres, pessoas de todo tipo, sem distinção de raça, cor, preferências culturais, partidárias, etc. Mas é quando interagimos com os diferentes que, de fato, aprendemos e amadurecemos no caráter!

Preferir os iguais faz parte da nossa natureza autocentrada. Mas os que agora se movem pela consciência e olham a vida pela perspectiva da essência fazem questão de se relacionar até com os que não gostam, na intenção de amadurecer. A nossa relação correta com Deus vai determinar nosso desejo de estar em comunhão (I João 1:7).

As células são ambientes de tritura, de cruz, de confronto, de conflitos, e são neles mesmo que devemos estar. Cruz é sobre relacionamentos. Jesus não Se auto crucificou, Ele foi crucificado. E quem está na cruz sempre terá de um lado alguém elogiando e reconhecendo o seu valor; mas de outro lado criticando, insultando e tentando fazê-lo desistir, à semelhança dos dois ladrões ao lado de Jesus.

Jesus foi exaltado porque foi obediente, sujeito, até a morte e morte de cruz (Filipenses 2:8-9). Se queremos que a essência de Jesus flua através de nós, este é o único requisito. O evangelho nos traz a consciência de que o mais importante é fazer do mais importante o mais importante!

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