(2 Coríntios 4:16-18)
Vivemos numa época em que somos incentivados a reagir de acordo com os desafios que nossas emoções enfrentam. Cada vez mais, as pessoas são atraídas por estímulos visuais que despertam desejos de reconhecimento e satisfação pessoal.
Em Hebreus 11:1, Paulo antecipa algo que aparenta ser quase impossível: a capacidade de não desfalecer diante das circunstâncias. “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem” (Hebreus 11:1). Em situações desafiadoras como um casamento falido, a perda de alguém querido ou quando nossas expectativas são frustradas, é difícil encontrar palavras que possam evitar o desânimo. Paulo nos instiga a permanecermos animados e encorajados, independentemente das circunstâncias. Paulo faz uma distinção marcante nas perspectivas da estrutura humana. Uma delas está sujeita às influências e consequências deste mundo complexo, enquanto a outra exige um processo constante de renovação e perseverança. Essa última perspectiva está relacionada às consequências da construção interior, dia após dia. “Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno” (2 Coríntios 4:16-18). Todo sofrimento aponta para uma construção da vida vindoura ou para o desfrute de algo maior. Por isso, não devemos nos deter ao que vemos, mas sim ao que não podemos ver. Porque o que vemos tem prazo e validade determinados, mas o que não vemos, são coisas imensuráveis.
ESSE É UM CONTEXTO DE FÉ
A fé deveria ser entendida não como algo passageiro e momentâneo, mas algo contínuo ou permanente. A fé pode ser comparável a uma jornada no escuro, na qual avançamos sem ter clareza sobre o destino, contudo, mantendo a convicção de que Cristo está nos guiando.
Nessa vivência de fé, experimentamos várias situações de mudanças ou de experiências significativas. Muitas vezes passamos por dificuldades, cremos na provisão de Deus e ela acontece. No entanto, o inverso também ocorre. Por vezes, estamos em períodos de estabilidade e nos deparamos com situações difíceis, como enfermidades, curas, quadros familiares complicados e outros desafios. Isso nos faz compreender os ciclos da vida. Nenhuma das circunstâncias é permanente, todas são transitórias (2 Coríntios 4:18). Na trajetória e vivência da fé existem caminhos que precisamos aprender, conhecer e voltar a experimentar a ativação da fé em nós como uma prática contínua.
COMO ATIVAR A FÉ?
1 . Tendo uma postura de fé (Hebreus 11:29). A fé é alicerçada na Palavra de Deus, no ato de ouvir e compreender seus ensinamentos. Ao estarmos firmemente fundamentados nessa Palavra, passamos a discernir realidades que escapam à percepção dos olhos naturais (1 Timóteo 4:6).
Um exemplo de fé está em Êxodo 3, onde vemos Moisés em seu maior desafio, ordenado por Deus para libertar um povo. O alicerce de sua fé era simples e puro: a Palavra do Senhor. Diante do Mar Vermelho, sem uma clara solução, Moisés permaneceu firme na sua decisão inicial, sustentada pela confiança na Palavra (Êxodo 14).
Quando recebemos Palavras de direcionamento sobre a nossa vida, muitas vezes não sabemos o que fazer, em parte acreditamos, em parte desconfiamos, mas na melhor das hipóteses, fazemos aquela “cara de fé” como quem tomará uma postura mediante ao recebido. Porém o que nos toma, na maioria das vezes, é o esquecimento do que nos foi dito. Deixamos de nos fortalecer na Palavra, na oração e na vida, pois muitas vezes não damos o devido crédito ao que fomos chamados pra fazer. Quando enfrentamos dificuldades, é comum esquecermos o que foi depositado em nós, a convicção de apropriar-se da Palavra de Deus que reside em nosso interior. Essa Palavra funciona como um guia, oferecendo direção e impulsionando-nos a prosseguir. A nossa permanência em fé é determinada pela nossa escolha de vivermos alicerçados mediante à Sua Palavra (Hebreus 11:6; Romanos 4:16).
O nosso grande desafio é viver um posicionamento durante a Palavra e o cumprimento dela. É valioso compreender como podemos triunfar em meio a esse processo, através de motivação e estímulos, que nos possibilitem permanecer no propósito pelo qual fomos chamados, que é viver por fé (Romanos 4:19-21).
O Apóstolo Paulo discerne dois universos distintos: o natural, onde estamos sujeitos a circunstâncias temporais e passageiras, e o sobrenatural/espiritual, onde O eterno rege de forma absoluta e suficiente (Hebreus 11:3). Paulo menciona que as coisas naturais são passageiras, que elas têm um ciclo e que existe uma validade sobre tal situação. Sabendo disso, lhe pergunto: quem veio primeiro em sua existência? O natural ou o sobrenatural? A lei é regida por quem a criou, estando ligada à sua dependência de existência. Esse princípio é enfatizado no contexto da criação do mundo. Por isso, o posicionamento de quem deseja ativar a sua fé deve viver, insistir e perseverar em se posicionar no natural na perspectiva do SOBREnatural.
É tempo de ativar a sua fé!