Eu vou obedecer | 2. Com os meus pés

O maior sinal de fé e confiança em Deus é a obediência. Quem desobedece a Deus está declarando que não acredita que a Sua vontade é boa, perfeita e agradável. Portanto, a resistência a Deus denuncia a nossa incredulidade (Hebreus 11:6). 

Quem confia, obedece; quem obedece, anda em Seus propósitos; e quem anda em Seus propósitos é abençoado em tudo (Romanos 8:28). Amoldar-se ao propósito eterno de Deus (que é encher a terra da Sua glória) atrai todas as bênçãos sobre nós. Jesus disse: “Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama… e eu também o amarei e me revelarei a ele” (João 14:21). 

 

Todo mandamento tem promessa

O mandamento mais desobedecido pelos cristãos é esse: “... Vão e façam discípulos…” (Mateus 28:19). A raiz desse mal está em nosso egoísmo. Somos, por natureza, autocentrados. Ir é sair do lugar, é usar os pés, é se deslocar em direção aos que precisam de salvação com intencionalidade. Quantos perdem a promessa, que é a presença de Deus! - “... E eu estarei sempre com vocês…” (Mateus 28:20).

Jesus também disse: Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome” (João 15:16). Só vai quem entendeu para o que foi escolhido por Jesus. Não é possível dar fruto sem ir, sem se mover em direção aos que precisam ser salvos. E Jesus é bem específico - “... Fruto que permaneça…”. Este produz semente, que por sua vez, reproduz sua essência. Trata-se de pessoas que se firmam na fé; isso exige discipulado, e não meras palavras e pregação. Implica renúncia da própria vida em favor de outros. Pescar é fácil até divertido, limpar o peixe é sacrificial!

Portanto, essa obediência exige abrir mão do conforto, às vezes até do descanso merecido depois de um dia de trabalho exaustivo ou uma semana estressante. O problema é que a gente sempre esquece a recompensa, a promessa, a bênção da obediência. Jesus diz: “... A fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome” (João 15:16). Aqui está a chave para que nossas orações sejam respondidas, porque a Sua vontade é que todos sejam salvos (I Timóteo 2:4). Tiago diz: Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres” (Tiago 4:3). 

 

O problema da paralisia

Por que existem tantos cristãos paralisados? Muitos estão espiritualmente mancos e paralíticos. O evangelho de João narra a cura de um paralítico junto ao tanque de Betesda (João 5:1-9). Betesda significa “casa ou lugar de bondade, misericórdia divina”. Havia lá um grande número de pessoas doentes e inválidas (cegos, mancos e paralíticos). Lá estava um homem paralítico fazia trinta e oito anos. Percebe-se que Jesus ficou inconformado (João 5:5-6). Aquele homem representa a paralisia espiritual.

Um paralítico não se move, é dependente, precisa ser carregado, fica confinado a um leito. Quando uma pessoa fica muito tempo parada aparecem as escaras pelo corpo, crostas de feridas que não saram mais e causam mau cheiro. O paralítico espiritual só anda empurrado, quer ser apenas servido, não tem iniciativa, não responde aos estímulos, é apático diante dos desafios. E o pior é que fica propenso a feridas; as “escaras espirituais” começam a tomar conta da alma. A inatividade faz com que tenha tempo para nutrir mágoas, ressentimentos e pensamentos maus!

 

É possível ser curado

O propósito da cura é andar. Para onde? Para onde Ele nos enviar! Há quanto tempo você está paralisado? Jesus não Se conforma com essa situação. Mas, a pergunta decisiva é: “Você quer ser curado?” (v 6). O conformismo é o maior inimigo do nosso propósito! Para Jesus, todo aquele que quer tem a chance de ser curado.

Aquele tanque era um ambiente de cura, mas nem todos eram curados, porque sempre alguém mais oportunista entrava na água antes. O egoísmo era o problema. Assim, também a Igreja é uma ambiente de cura, mas nem todos são. Isso acontece quando não discernimos o corpo, quando permitimos o egoísmo e falhamos na dinâmica do “uns aos outros” (I Coríntios 11:29-30).

Mas Jesus deu uma ordem, e o milagre aconteceu: “Levante-se! Pegue a sua maca e ande…” (João 5:8). Ele mandou pegar a maca primeiro, depois andar. É uma questão de fé. É sobre mudança de mentalidade. É se posicionar contra aquilo que nos paralisa, se assenhorar, inverter a posição e dominar aquilo que nos domina. Fé implica atitude, obediência, em resposta a uma ordem de Jesus. Pegar a maca é renunciar às desculpas (“ninguém me ajuda”), os argumentos, o conforto, a preguiça, o medo, a intimidação… - “... Livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta” (Hebreus 12:1).

A chave para a cura é: “Você quer ser curado?”. E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: ‘Como são belos os pés dos que anunciam boas novas!’” (Romanos 10:15).

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