Comentário introdutório:
Quando estamos viajando, por exemplo, e nos damos conta de que erramos a rota, a primeira coisa a fazer é achar um retorno. Mas, para sabermos se estamos no caminho certo, precisamos saber qual é o ponto de chegada. Se você não sabe onde quer chegar, como saberá se está no caminho certo? Da mesma forma, quando alguém entra num ônibus, será que qualquer destino serve? Claro que não! O mais importante é o itinerário, e não se ele é confortável, se o ambiente é legal, ou se as pessoas ao redor são bacanas!
Portanto, é a clareza quanto ao destino que vai denunciar se estamos no caminho certo. Hoje em dia, a tecnologia nos proporciona o uso do GPS (Sistema Global de Posicionamento), que determina a nossa localização geográfica e nos ajuda nas direções. Quando saímos da rota, a mensagem que ouvimos é: faça o retorno!
“Mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá” (Gênesis 2:17).
“Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3:23).
“Pois o salário do pecado é a morte…” (Romanos 6:23).
Deus é o Autor da vida, e nos criou para andarmos em Sua presença, a fim de usufruirmos plenamente dela! A morte nunca esteve em Seus planos. Deus disse a Adão e Eva que, se dessem as costas a Ele, se tomassem o caminho inverso, morreriam. Foi o que aconteceu, por isso a morte entrou no mundo. Pecado é “errar o alvo”, ou “errar o caminho”.
“Hoje invoco os céus e a terra como testemunhas contra vocês, de que coloquei diante de vocês a vida e a morte, a bênção e a maldição. Agora escolham a vida, para que vocês e os seus filhos vivam” (Deuteronômio 30:19).
“Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela” (Mateus 7:13)
“Respondeu Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim” (João 14:6).
Só existem dois caminhos, o da vida e o da morte. Jesus falou do caminho largo e do estreito; eles são opostos entre si. O largo é o do “deixa a vida me levar”, sem direção, na correnteza da maioria. O estreito é o da clareza de destino, que se torna difícil, porque é remar contra a maré, na contramão do sistema! Portanto, no Reino espiritual não existe neutralidade ou zona intermediária. Se todos já estão na direção oposta a Deus, só existe uma opção: o caminho de retorno à vida, à presença dEle. Jesus disse que Ele é o caminho de retorno ao Pai.
“Arrependam-se, pois, e voltem-se para Deus, para que os seus pecados sejam cancelados, para que venham tempos de descanso da parte do Senhor…” (Atos 3:19-20).
A palavra “arrependimento” significa “mudar de ideia para melhor, corrigir o coração”, carrega a ideia de transformação e mudança de comportamento, e não apenas lamentar os erros passados. É sobre atitude, postura, intencionalidade. Voltar-se para Deus é o mesmo que se converter. A palavra conversão significa “ação de voltar, de retornar” (Michaelis). É meia volta, 180 graus. Não se trata de apenas uma mudança de direção, mas de tomar uma direção oposta.
Há uma promessa para quem se determina a voltar: o descanso da alma, a paz interior, que excede todo entendimento. Quando voltamos para Deus, demonstramos plena confiança nEle e voltamos à proposta original de estarmos sob o Seu governo. É quando Ele assume o controle, o peso da nossa alma, para o qual não fomos criados para carregar. Esta é a origem de toda angústia, tristeza, opressão, depressão, inquietação, ansiedade, etc. É só quando não carregamos mais esse peso, que experimentamos o refrigério, o descanso, a paz sobrenatural!
“Não muito tempo depois, o filho mais novo reuniu tudo o que tinha, e foi para uma região distante; e lá desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente” (Lucas 15:13).
“Caindo em si, ele disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome! Eu me porei a caminho e voltarei para meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti’” (Lucas 15:17-18).
A chave para o retorno é a consciência de estar no caminho oposto ao de Deus. Na parábola do Filho Pródigo, o filho mais novo pediu ao pai a sua parte na herança e foi para uma terra distante. Ele deu as costas ao pai. Esta é a nossa história, a condição de toda a humanidade. Longe do Pai celestial, por conta própria, não podemos administrar nossa vida. Depois de gastar tudo, aquele jovem começou a passar necessidade e foi parar no chiqueiro, cuidando de porcos. No entanto, aquela situação deprimente o levou a refletir. Ele caiu em si, recebeu a consciência, se convenceu do erro, e então tomou a decisão de dar meia volta.
Peça a alguém do grupo para compartilhar qual foi a circunstância que Deus usou para lhe falar ao coração: “faça o retorno”? Cabe a você dar ouvidos ou não: “... Se hoje vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração…” (Hebreus 3:15).
Pai do céu, eu estou finalmente convencido de que estava no caminho errado, oposto ao Seu. Reconheço que tentei administrar a minha própria vida e cheguei à conclusão de que este peso não é para mim. Eu preciso do descanso e da paz interior. Por isso, me arrependo e dou meia volta na Tua direção. A partir de hoje, volto às minhas origens, para a casa do meu Pai, e entrego o total governo da minha vida a Ti. Em nome de Jesus, amém!