SÉRIE: O MOVIMENTO DO CRISTO - 2. A ESCOLHA

Nesta parábola Jesus Se refere ao povo de Israel, mas pode-se aplicar à toda humanidade, como também a cada um individualmente. Deus tinha escolhido Israel como Seu povo, mas este O rejeitou como Senhor. Muitos profetas foram enviados ao longo da história para lhes alertar dos pecados, mas eles os maltratavam e matavam. Finalmente, o Pai enviou Seu Filho Jesus, e eles fizeram o mesmo, O torturaram e crucificaram. 

Esta é a história de cada um de nós. O pecado é nada mais do que rejeição a Deus. Deus nos envia Seus mensageiros, mas nós os rejeitamos. Aqueles trabalhadores da vinha espancaram o primeiro servo e o mandaram de volta de mãos vazias; o segundo servo eles também espancaram e o trataram de maneira humilhante; o terceiro eles feriram e expulsaram da vinha. Quantas vezes somos confrontados com a verdade e a rejeitamos! Até a admiramos e nos emocionamos, mas não a colocamos em prática. Ao rejeitarmos a Palavra, rejeitamos o próprio Jesus, porque Ele é a Palavra encarnada. 

O problema maior

Nossas atitudes pecaminosas são apenas consequências de um problema maior, a rejeição, o coração rebelde, contrário a Deus. Ele é o Senhor da vinha, o Dono, o Rei de toda a terra. Pecado é não aceitar isso, é achar que nós somos os donos da vinha, ou seja, da nossa vida. Rejeitá-Lo e não se sujeitar a Ele é o verdadeiro pecado, a raiz de todos os males. A palavra “Senhor” significa “dono”. Certa vez Jesus disse: “Por que vocês me chamam ‘Senhor, Senhor’ e não fazem o que eu digo?” (Lucas 6:46). Todos os nossos pecados são resultado do coração autocentrado, resistente ao Seu senhorio. 

Ao falar dessa rejeição, Jesus cita o salmo 118:22 e pergunta: “... Então, qual é o significado do que está escrito? ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular’” (Lucas 20:17). Nas Escrituras a pedra simboliza algo durável e confiável. Aqui ela representa Cristo, que é a base da fé e da salvação. Os construtores somos nós e a construção pode ser nossa própria vida. A pedra angular era a pedra fundamental na construção antiga, que unia as paredes e dava estabilidade ao edifício, indicando a importância de Cristo na estrutura da fé cristã. Era também chamada de pedra de esquina, porquanto dava a referência ao esquadro e ao prumo da construção. 

Enfim, a pedra rejeitada era, na verdade, a principal. Essa parábola ilustra como os que não reconhecem a Cristo perdem a oportunidade de construir suas vidas sobre o fundamento que somente Ele pode oferecer. Retrata não apenas o ato físico de rejeição, mas também uma rejeição espiritual, que resulta em consequências eternas para aqueles que falham em aceitá-Lo como verdadeira pedra angular. 

Fundamento ou tropeço?

Na sequência, Jesus diz: “Todo o que cair sobre esta pedra será despedaçado, e aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó” (Lucas 20:18). É sobre uma escolha. Nós escolhemos o que essa Pedra será. Se a reconhecermos como fundamento, seremos edificados e vamos construir nossa vida como uma casa firme, estável e sem rachaduras! Mas, se a rejeitarmos, ela nos reduzirá a pó, porque será instrumento de juízo! 

Pedro faz a mesma referência em sua carta: “Pois assim é dito na Escritura: ‘Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida e preciosa, e aquele que nela confia jamais será envergonhado’. Portanto, para vocês, os que crêem, esta pedra é preciosa; mas para os que não crêem, ‘a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular’, e, ‘pedra de tropeço e rocha que faz cair’. Os que não crêem tropeçam, porque desobedecem à mensagem; para o que também foram destinados” (I Pedro 2:6-8). 

Jesus é a Pedra escolhida e preciosa. Confiar nEle é sabedoria e inteligência, rejeitá-Lo é imprudência, porque, se o fundamento não for firme, um dia a casa cai! Aqueles que colocam sua confiança nEle realmente encontram um pilar firme, não um motivo de frustração. Para estes a Pedra é preciosa, mas para os que não reconhecem esse valor e a rejeitam ela se torna uma pedra de tropeço.

A mesma Pedra tem dois papéis; ou ela se torna fundamento, ou tropeço! A quem a aceita ela dá estabilidade, mas a quem a rejeita ela se torna um tropeço. A palavra grega para “tropeço” é skandalon, que significa uma armadilha ou algo que leva à ruína. É um termo muito forte que sugere que um erro na percepção de quem é Cristo leva à consequências graves. Quem rejeita a Cristo, toma decisões erradas e faz escolhas enganosas, por isso cai em tropeços na vida - “... Tropeçam porque desobedecem à mensagem” (I Pedro 2:8).

Observamos, portanto, aqui o confronto fundamental entre a fé e a incredulidade. Os desobedientes são aqueles que, ao não aceitarem a Palavra de Deus, caem em sua própria armadilha, conforme a palavra skandalon sugere. A rejeição da revelação divina não é apenas uma falha, mas uma escolha ativa que traz consequências dolorosas.

Portanto, a escolha é nossa. Fomos criados com capacidade para decidir, rejeitar ou aceitar. Aceitar é sabedoria, rejeitar é insensatez, pois quem sofre o prejuízo somos nós mesmos. O pecado é, antes de tudo, uma agressão à nós mesmos, e não a Deus. Hoje é dia de fazer a escolha certa!

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