SÉRIE: O MOVIMENTO DO CRISTO - 3. A REAÇÃO

Já ouvimos falar que toda ação é premeditada. A ação nasce de um pensamento e se concretiza por meio de uma atitude ordenada e organizada, com um propósito e efeito orquestrado. A ação possui um início, meio e fim, e é reflexo de nosso caráter. Então, é correto afirmar que a reação,  é uma denúncia clara de nosso interior. Ela também é parte integrante de nossa identidade e temperamento.  

Jesus ao ser questionado pelo fariseu, trouxe-lhe uma ilustração acerca de quem Ele é: perdoador por essência. Essa parábola tem por premissa, trazer uma clara observação a respeito do amor incondicional de Deus em favor da humanidade. Ele não mede o pecado, mas destaca o amor sacrificial, mostrando que aquele que busca consolo e perdão no Senhor jamais será deixado de lado. Para Deus, não importa a condição distinta de quem se aproxima, mas sim a disposição do coração. 

Deus não faz acepção de pessoas (v. 41-42) 

Deus está muito mais interessado em nosso retorno a Ele do que àquilo que nos prende, pois Sua obra redentora já é suficiente. É verdade que cada um de nós carrega marcas e as cargas de sua caminhada. Por isso, aproximar-se do Senhor é o caminho para o alívio (Mateus 11:28). Na parábola, enquanto um devia 50 denários (moeda romana de prata, equivalente a um dia de trabalho), outro devia 500, ou seja, 10 vezes mais. Ainda assim, ambos foram livres de forma igual, pelo mesmo credor. 

 

O perdão é a chave da mudança de vida (v .42-43) 

A gratidão é o resultado do quanto alguém reconhece que foi livre das consequências do mal que ele mesmo praticou. Dessa manifestação de graça surge uma devoção a Ele, um amor repleto de entrega e reverência, onde se compreende que não somos mais escravos do pecado, mas livres em Cristo. Quanto maior a revelação do perdão, maior será o amor que nutriremos pelo Senhor, e não somente pelo que Ele fez, mas por sua presença constante em nossas vidas. “Busquem o Senhor enquanto é possível achá-lo; clamem por Ele enquanto está perto” (Isaías 55:6). 

 

Uma adoração extravagante (v. 44) 

Quanto mais liberto somos, maior é a nossa entrega. Mas essa realidade não está ligada ao tamanho do perdão, pois isto nos é impossível medir, mas sim ao entendimento de que somos pecadores. O fariseu não enxergava o impacto do perdão, pois se achava digno de Deus, ou não se via como um pecador. Estava cego pela religiosidade, preso a ritos religiosos. Esse homem cuidou em avaliar a condição daquela mulher, levando Jesus a trazer um entendimento mais claro e uma uma reflexão impactante: a religião faz acepção entre as pessoas, classifica pecados e mede culpas, como se fossem dívidas diferentes. “O ladrão vem apenas para roubar, matar e destruir, eu vim para que tenham vida e a tenham plenamente. Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (João 10:10). 

A esperança da eternidade (v. 45-47) 

A porção de Deus, conhecida daquele homem, caiu por terra. A religião não podia fazer nada por aqueles devedores, suas vidas estavam nas mãos daqueles que tinham o direito de matar-lhes, “O salário do pecado é a morte...” (Romanos 6:23).  Assim também com a mulher que estava aos pés do Senhor, ela não mediu esforços para dar do seu melhor diante daquele que havia lhe perdoado. O perdão os libertou das garras do diabo, trouxe-lhes uma esperança de vida eterna, não somente terrena. “Perdão é o ato pelo qual uma pessoa é desobrigada de cumprir o que era do seu dever; remissão de pena, de ofensa ou dívida, indulto” (Dicionário Oxford). 

Arrependimento, o acesso para todos 

Arrependimento é o pesar ou a lamentação pelo mal cometido; é contrição, desistência de algo feito ou pensado (Dicionário Oxford).  É reconhecer que o perdão está acessível, pela obra redentora da cruz, aos que estão dispostos a abandonar suas práticas equivocadas, que os afastam de Deus. “Que o ímpio abandone o seu caminho, e o homem mau, os seus pensamentos. Volte-se ele para o Senhor, que terá misericórdia dele; volte-se para o nosso Deus, pois Ele dá de bom grado o seu perdão” (Isaías 55:7). 

É pela fé em Jesus Cristo que somos salvos de nossos delitos, é por entender que nossa vida sem Ele, não existe. É reconhecendo o perdão que se  produz o amor. “Contudo, a graça do nosso Senhor transbordou sobre mim, com a fé e o amor que estão em Cristo Jesus. Esta palavra é fiel e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior” (1 Timóteo 1:14-15). 

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