COMUNIDADE GERA UNIDADE

No Dia de Pentecostes (50 dias depois da Páscoa, morte e ressurreição de Jesus) os discípulos estavam reunidos: “Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar” (Atos 2:1). Jesus havia dito aos discípulos: “Em verdade também lhes digo que, se dois de vocês concordarem na terra em qualquer assunto sobre o qual pedirem, isso será feito a vocês por meu Pai, que está nos céus. Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali estou no meio deles” (Mateus 18:19-20).

Eles estavam bem instruídos quanto a essa verdade. Não era por acaso que estavam juntos. Jesus havia feito uma promessa, e Ele a cumpriria. Antes de subir ao céu, depois da Sua ressurreição, disse: “... Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai, da qual lhes falei” (Atos 1:4). Foi porque estavam juntos que o Espírito Se manifestou. Essa é a ordem no Reino espiritual: primeiro a comunidade, depois a manifestação do Espírito!

Relacionamentos são provocados

O Espírito Santo Se manifesta num ambiente de comunidade, de amor e mutualidade. A comunidade é intencional e provocada, a unidade é feita pelo Espírito Santo. A comunidade vem primeiro, a unidade vem depois. Jesus já estabeleceu a unidade entre todos os cristãos, por meio da cruz, porquanto colocou em nós o Seu Espírito, a mesma essência em todos (o mesmo “DNA” espiritual), no entanto nós preparamos o ambiente para essa unidade se manifestar.

Relacionamentos são provocados, não são espontâneos. Por isso, a comunidade é provocada! Ela não vai acontecer se não nos esforçarmos. A Bíblia diz acerca da igreja primitiva: “Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações” (Atos 2:42). A palavra “dedicavam” pode ser também traduzida por “perseveravam”, que implica ser diligente, atento, firme na ação. É sobre intencionalidade e esforço.

Nossa carne não quer a comunhão, porque ela é egoísta, auto suficiente e autocentrada. Naturalmente não queremos nos esforçar para estar juntos. Facilmente nos entregamos ao cansaço, e preferimos o conforto à nos reunir e nos envolvermos com pessoas. Andar em comunhão é reagir ao egoísmo e aos interesses próprios.

Nunca houve uma geração tão cansada! Ao mesmo tempo, nunca houve tanta tecnologia à disposição para facilitar o trabalho e maximizar o uso do tempo. O que pode estar acontecendo? Talvez, por conta das facilidades, qualquer esforço acima do normal causa um cansaço descomunal. Infelizmente, muitos cristãos caem na armadilha do sistema atual e deixam de se dedicar aos outros para se dedicarem a si mesmos! O melhor do seu tempo, saúde, energia, esforço, recursos, gastam para si mesmos, então no tempo que lhes sobra querem descansar. Isso explica a queda vertiginosa da frequência aos cultos, segundo uma pesquisa atual.

Comunidade, unidade, Presença

Vida em comunidade exige esforço, renúncia de si mesmo, reação ao cansaço e também à preguiça. Num ambiente egoísta a comunidade não prevalece, e quando não há comunidade, a unidade não entra em operação. Por que a Igreja moderna está tão dividida? Certamente, é nossa culpa. Ele já estabeleceu a unidade pelo Seu Espírito, cabe a nós preservá-la: “Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz” (Efésios 4:3). Mais uma vez encontramos a palavra “esforço”. É nossa parte nos esforçamos para preservar o que Ele já fez. E como o fazemos? Pelo vínculo da paz!

Paz é ausência de guerra. É andar em comunidade, conviver, servir uns aos outros, amar, perdoar e ser perdoado, acolher, honrar… Implica intencionalidade, com o propósito de manifestar ao mundo a unidade feita por Cristo. Esta unidade não pode entrar em operação num ambiente egoísta dividido, onde cada um só pensa em si, onde não há esforço para andar junto.

O ambiente de comunidade produz concordância (Mateus 18:19). Concordar é abrir mão da opinião própria em prol de todos. É o que podemos chamar de unanimidade (I Coríntios 1:10). Decidir pensar a mesma coisa não é se anular, mas é se expressar e deixar claro que há uma renúncia pela vontade da maioria. Não se trata, claro, de quebrar princípios e doutrinas, mas de práticas, assuntos periféricos, hábitos, costumes, rotinas, usos e costumes… E são estes os motivos que mais dividem os irmãos!

Deus quer Se manifestar, no entanto, Ele não habita num ambiente egoísta e dividido. Ele habita num ambiente de paz e humildade: “Pois assim diz o Alto e Sublime, que vive para sempre, e cujo nome é santo: Habito num lugar alto e santo, mas habito também com o contrito e humilde de espírito, para dar novo ânimo ao espírito do humilde e novo alento ao coração do contrito” (Isaías 57:15).

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